Iluminação é show à parte na história do festival

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Por Agencia Estado
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No Rock in Rio I, a idéia de direcionar cerca de 144 refletores de luz para a platéia causou espanto e até mesmo alguns protestos. Nunca na história do show biz, o público tinha ocupado tanto destaque. "Alguns profissionais da área criticaram, enquanto os músicos ficavam extasiados ao ver a reação do público com tanta riqueza de detalhes", lembra o responsável pela inovação, Peter Gasper, diretor geral de iluminação do Rock in Rio. "Comparo o palco a um coração e o público aos outros membros do um mesmo corpo, é tudo importante", justifica. Passado o estranhamento inicial, a idéia de Gasper passou a ser recorrente nos grandes shows ao redor do mundo. "Na época, o Brasil tinha uma carência enorme de equipamentos e conseqüentemente, não tínhamos técnicos para operar parafernálias de luz tão específicas", lembra ele. "Tive de importar tudo." Seis anos depois, na segunda edição do festival, em janeiro de 1991, o projeto de Gasper incluía 3 mil refletores para iluminar o estádio do Maracanã: 480 deles eram faróis de avião posicionados na cobertura. A firma norte-americana Samuelson foi a escolhida para trazer ao Brasil o aparato tecnológico. O grande destaque eram os efeitos de raio laser inspirados pelo psicodelismo dos anos 60. Para a nova edição do Rock in Rio, Gasper prepara mais inovações. O iluminador tem-se dedicado ao que ele chama de ´iluminação arquitetural´. "Quem for à Cidade do Rock vai se sentir literalmente em outro mundo´´, avisa. As atenções estarão voltadas não só ao palco principal ou às tendas, mas sim a todo o entorno. "Será a iluminação monumental do entorno", prossegue. "O cuidado com a estética é uma das características do festival, o (Roberto) Medina investe bem nisso." Outra diferença é a dobradinha entre Gasper e o inglês Patrick Woodroff. Chamado pelo diretor geral de iluminação de "o senhor do palco", Woodroff será o responsável pelo light designer do Palco Mundo. A inclusão no projeto da empresa brasileira LPL, de Césio Lima e Luiz Aurichio, é mais um diferencial. "Além da LPL ser a maior do País no negócio de iluminação, o uso de seus equipamentos vai reduzir os custos de produção", diz Gasper. O veterano iluminador se diz entusiasmado com os preparativos para o Rock in Rio por um Mundo Melhor e compara o momento atual com os velhos tempos. "Do ponto de vista tecnológico, fomos da bicicleta ao avião nesses últimos 15 anos." Ele lembra que só o primeiro projeto de iluminação, aquele que causou espanto e protesto, levou quatro meses para ficar pronto. Hoje, no entanto, um programa particular de computador o auxilia na criação. Tempo para tanto: não mais que uma hora.

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