História da Jovem Guarda sai em livro

Jovem Guarda: em ritmo de aventura de Marcelo Fróes quer provar que "mais do que movimento ou programa de televisão, a Jovem Guarda foi uma de nossas vertentes musicais mais férteis dos anos 60", como diz o autor

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Por Agencia Estado
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O livro Jovem Guarda: em ritmo de aventura de Marcelo Fróes, sobre os bastidores do movimento que marcou os anos 60 no Brasil, será lançado nesta segunda-feira, a partir das 19 horas, na Livraria do Museu, no Palácio do Catete, no Rio, com um pocket show do grupo Renato e seus Blue Caps. Ainda não há previsão de lançamento em São Paulo. Fróes, jornalista e produtor musical considera que "mais do que movimento ou programa de televisão, a Jovem Guarda foi uma de nossas vertentes musicais mais férteis dos anos 60. Ainda que tenha existido por um período oficialmente curto (entre 1965 e 1968), a Jovem Guarda semeou uma infinidade de talentos nas diversas tendências que surgiriam posteriormente em nossa cena musical". Fróes conta que a trajetória da Jovem Guarda foi curta, mas suficiente para torná-la marcante. Os três anos de existência do movimento foram descritos em 11 capítulos. O primeiro é dedicado ao seu ícone máximo, Roberto Carlos. Em seguida, trata do tremendão Erasmo Carlos e da ternurinha Wanderléa. Durante cinco anos Fróes realizou uma extensa pesquisa em documentos e colheu depoimentos para escrever o livro. Aponta a influência norte-americana no movimento também conhecido por iê iê iê, sua ligação com a TV e com o cinema, com os festivais de música, lembra as críticas da imprensa e as rixas com os músicos da bossa nova. Publica, por exemplo, um depoimento de Elis Regina publicado na revista Intervalo, chamando o movimento de fútil e questionando a profundidade das letras e a complexidade musical: "Esse tal de iê iê iê é uma droga: deforma a mente da juventude", dizia a cantora. Mas Fróes explica que "as críticas, na época, eram preconceituosas e não tinham efeito sobre os fãs, não mexiam com a opinião pública, já que a Jovem Guarda foi um movimento de disco, música e televisão, não de imprensa", diz. Segundo o autor, a bossa nova, que acusava o movimento de alienado, produzia letras semelhantes: "o barquinho vai, a tardinha cai..." ou "moça do corpo dourado, do sol de Ipanema". Para Fróes, apenas alguns cantores da bossa nova, como Nara Leão, tiveram uma trajetória marcada pela música de protesto. Foi quando as emissoras de televisão criaram a onda dos festivais, dos quais, aliás, muita gente da Jovem Guarda também participou. Porém, a guerra contra a Jovem Guarda foi além das críticas. Houve até um momento em que a Ordem dos Músicos quis impedir grupos como Os Incríveis e o RC-7 de tocar porque seus membros não sabiam ler partituras. Jovem Guarda: em ritmo de aventura - Coleção Todos os Cantos: 290 págs, R$ 25,00. Lançamento: livraria do museu no Palácio do Catete: Rua do Catete, 153, a partir das 19h, com pocket show com Renato e seus Blue Caps

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