Harrison foi pioneiro dos concertos beneficentes

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

George Harrison era o Beatle mais jovem, o que mais se interessou pela cultura asiática e um dos músicos pioneiros na organização de eventos beneficentes. Com uma carreira-solo de altos e baixos, trabalhou na produção de filmes e de projetos musicais de artistas como Billy Preston e Jackie Lomax e ajudou a reavivar a carreira de Roy Orbison, com o grupo Traveling Wilburys, no fim dos anos 80. Vindo de uma família de classe média de Liverpool, Harrison conheceu Paul McCartney na escola em 1956, quando havia formado sua primeira banda, The Rebels. Dois anos depois, foi apresentado a John Lennon e os três começaram a fazer jam sessions juntos, até formarem o Quarrymen, o grupo que deu origem aos Beatles. Além de tocar guitarra, fazia backing vocals e gravou a voz principal canções como Roll Over Beethoven, If I Needed Someone e I´m Happy Just to Be With You. Também foi o autor de diversas faixas da banda, como While My Guitar Gently Weeps, Here Comes The Sun, entre outras. Something foi sua composição de maior sucesso com os Beatles. A influência da cultura hindu, que marcou a fase mais madura dos Beatles, partiu de iniciativas do músico. Na metade dos anos 60, Harrison estudou com Ravi Shankar, passou a adotar instrumentos asiáticos e se converteu ao budismo. Em 1971, organizou um concerto beneficente aos flagelados de Bangladesh, no Madison Square Garden, em Nova York, com participação de Ringo Starr, Bob Dylan e Eric Clapton. O evento rendeu um disco ao vivo e emplacou o hit Bangla Desh. Como artista solo, Harrison começou a experimentar em 1968, com o disco de música eletrônica Wonderwall Music. O sucesso veio apenas no fim de 1970, quando ele lançou o disco triplo All Things Must Pass, produzido pelo lendário Phil Spector, que chegou ao topo da parada americana. A boa fase durou até a metade dos anos 70, com a ótima recepção de álbuns como Living in the Material World, Give Me Love (Give Me Peace on Earth) e Dark Horse. Seus trabalhos seguintes, Extra Texture (Read All About It), 33 1/3, George Harrison e Gone Troppo não foram tão bem-sucedidos, o que fez com que o músico colocasse sua carreira artística em banho-maria. Ele passou boa parte dos anos 80 produzindo trabalhos de outros músicos (contratados de seu selo, Dark Horse) e se envolvendo em projetos cinematográficos tão variados quanto A Vida de Brian, do Monty Phyton, e Surpresas em Shanghai, o maior fracasso da carreira de Madonna e Sean Penn. Com o disco Cloud Nine, lançado em 1987, Harrison voltou a ter seu talento como músico reconhecido. Produzido por Jeff Lynn, da Electric Light Orchestra, o álbum chegou ao top ten da parada americana e emplacou o sucesso Got My Mind Set On You, um cover de Rudy Clark. Quando eles começaram a trabalhar em um novo disco de Harrison, usando a garagem de Bob Dylan como estúdio de ensaio, acabaram formando o supergrupo Traveling Wilburys, que também reunia Roy Orbison, Dylan, Tom Petty e Jim Keltner. A banda lançou dois álbuns, Traveling Wilburys Vol. 1 e Vol. 3 (sic). Em 1992, Harrison fez sua primeira turnê em 18 anos, acompanhado de Eric Clapton, que resultou no disco Live in Japan, seu último lançamento. Logo depois, voltou a colaborar com McCartney e Ringo no projeto Anthology, que teve duas músicas inéditas dos Beatles, Free as a Bird e Real Love. Nos últimos anos, o músico trocou farpas na imprensa com Liam Gallagher, do Oasis, foi esfaqueado por um ladrão que invadiu sua casa, em 1999, e ficou ofendido quando rumores de que sua saúde estava muito comprometida se espalharam pela imprensa internacional, há poucos meses. Musicalmente, seus últimos trabalhos foram uma apresentação com os Beatles remanescentes, no memorial para Linda McCartney, em Nova York, em 1998, e a gravação da música Horse to Water, em outubro, composição feita em parceria com o filho dele, Dhani, de 24 anos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.