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Gustavo Galo, da Trupe Chá de Boldo, faz canções para noites quentes em segundo disco solo

Lançamento do álbum 'SOL' será neste domingo, 11, no Sesc Belenzinho

Por Pedro Antunes
Atualização:

Gustavo Galo escreve “te amo” com “tesão”. Tesão sexual ou uma letra “t” grande, como “Te amo”? Ambos? Compositor e cantor paulista de 31 anos, em seu segundo passo na carreira solo, criada em paralelo ao trabalho com a incendiária Trupe Chá de Boldo, brinca com as palavras, como um íntimo delas. Numa proximidade quase tântrica com as letras, suas formas, sons e usos, Galo canta amores carnais, suados e noturnos. 

Gustavo Galo lança 'SOL' Foto: Helena Wolfenson/Divulgação

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O curioso é o título do trabalho, SOL, com todas as letras maiúsculas, uma oposição ao espírito notívago do artista, acostumado às longas jornadas pelas noites paulistanas. O sol, o astro, foi a inspiração para o início do que seria o disco e suas 10 músicas. Ao perceber a quantidade de shows de ASA, o primeiro disco solo do artista lançado em 2014, no ano passado, Galo passou a excursionar pelo País com um violão nas costas. 

Desgostoso, leu um poema de Vladimir Maiakovski, artista russo morto em 1930, chamado A Extraordinária Aventura vivida por Vladimir Maiakovski no Verão na Datcha. No texto, o poeta reclama com o sol inclemente. Maldiz a vida até que o próprio sol responde e explica-lhe que a sua própria jornada, de brilhar dia após dia, também era cansativa. Juntos e amigos, entendem a função de cada um – o poeta com suas palavras colocadas lado a lado, o sol com raios e quentura. “Passei a pensar sobre essa atividade que é ser compositor”, explica Galo. “Viajar assim, de ônibus, de maneira independente, deu-me força para fazer um trabalho novo.” 

Mais uma vez trabalhando com Gustavo Ruiz, produtor que havia comandado o disco de estreia e também parceiro dos álbuns da Trupe, Galo faz um disco no qual fala de amor sem medo e pudores. Apaixonado novamente, ele apresenta canções solares, indicadas para serem ouvidas à noite. A transa com as palavras é quente e aberta a interpretações. Amor, de Galo, é indireto, como um flerte. Quando o escancara, e opta por usar as palavras dos outros. “Ai meu amor, como eu te amo / Tem um arco-íris unindo meu coração ao seu coração”, ele canta em Salto no Escuro, de Mautner e Jacobina. “Quanto mais colocamos o amor em uma relação libertária, mais combatemos uma moral que ainda reveste o sentimento”, ele diz. Quanto mais “tesão”, melhor.

GUSTAVO GALO  Sesc Belenzinho. Rua Padre Adelino, 1.000, Belenzinho, tel.: 2076-9700. Dom. (11), às 18h. R$ 6 a R$ 20.

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