Guitarra de Mike Stern transcende ao jazz

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Por Agencia Estado
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Muitas vezes confundido com Pat Metheny, de quem foi influenciado, o guitarrista Mike Stern é uma espécie de celebridade desconhecida. Sua técnica e criatividade são exaltadas pela crítica e por um pequeno número de ouvintes, mas quando o assunto é reconhecimento e vendas a história é bem diferente. Após 20 anos de carreira e dez discos lançados, Stern tem levado sua música para novos caminhos. A mudança começou em 2001 com o lançamento do CD Voices, no qual o guitarrista incluiu vocais, e continua agora com seu novo trabalho These Times. Mais uma vez, Stern recrutou o cantor camaronês Richard Bona para os vocais, além das participações especiais do saxofonista Kenny Garrett e do banjo virtuoso de Bela Fleck. A presença da voz falsete de Bona é essencial em canções como ?Silver Lining?, que lembra Johnny Clegg, nas baladas ?If Only?, cantado em um dialeto africano, e ?I Know You?, com a presença do banjo de Fleck, e na animada ?What You Believe?. Outra parceria importante do CD é com Garrett, que, como Stern, também trabalhou com Miles Davis. O casamento entre o sax alto de Garrett e a guitarra fusion de Stern está presente nas intimistas ?Avenue B? e ?These Times?, em ?Chatter?, com destaque para a percussão de Arto Tuncboyaciyan, e na homenagem ao saxofonista Bob Berg, ?Remember?. Para quem prefere o velho Stern e seus solos desconsertantes, o melhor ficou para o final, com a levada funk ?Last One Down?. Com a chegada deste CD, que foi lançado pela desconhecida gravadora ESC, a baixa popularidade de Mike Stern não deve mudar. Pena, já que nenhuma discoteca de jazz que se preze está completa sem a presença do guitarrista.

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