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Guilherme Araújo: um enredo de euforia e mágoa

"Se eu não tivesse aparecido na vida deles naquele momento, Bethânia, Caetano, Gil e Gal não seriam nada nem nunca teriam saído da Bahia", disse Guilherme Araújo ao Estado, há dez anos. Releia a entrevista publicada em 17/7/1997

Por Agencia Estado
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Bethânia é uma cantora de pequenos teatros da Bahia, Caetano alegra a meninada tocando e compondo pelas ruas de Salvador ao lado de Gil e Maria da Graça Costa Pena Burgos, vulgo Gracinha, canta, de vez em quando, para um roda de amigos. Todos têm público e cachê pequenos, ilustres representantes dos artistas desconhecidos do Brasil e do mundo. Não se trata de truque de ilusionismo futurista como os muitos que animaram as festas mais badaladas do Rio até 85 - como um pôr-do-sol artificial no Copacabana Palace ou a lua falsa de prata pairando na janela. Trata-se do coelho que o antigo mago da noite carioca, Guilherme Araújo, retira da cartola quando brinca de Spielberg produzindo um De Volta para o Futuro tupiniquim. "Se eu não tivesse aparecido na vida deles naquele momento, Bethânia, Caetano, Gil e Gal não seriam nada nem nunca teriam saído da Bahia." A cartola, em forma de bolo de aniversário com velinhas, existiu de fato e foi colocada na cabeça de Araújo em um dos bailes do Pão de Açúcar, que ele promoveu durante dez anos, desde 1978. Sua festa de aniversário de 50 anos no Copa entrou na novela Cambalacho. Guilherme Araújo vestia branco e rosa. Mas podia estar de chapéu preto e véu esvoaçante. Um lenço amarrado como o das lavadeiras portuguesas. Ou com uma grossa mecha preta ou dourada bem no meio dos cabelos. Visionário que misturava Madonna com samba, marchinha e frevo, criador do Grande Gala Gay, articulador dos mais refinados palcos musicais e dos melhores bailes de carnaval da cidade, Guilherme Araújo pergunta: "O que seria do Brasil hoje, sem Bethânia, Caetano, Gil, Gal? " Aos 60 anos, com 40 anos de shows nas costas, o inventor dos quatro baianos e incentivador dos Novos Baianos - Moraes Moreira, Pepeu, Baby Consuelo (que não era baiana) - assiste ao que chama de fim patético da noite do Rio. "A cidade acabou. " Amarga a era dos novíssimos baianos encabeçada por Daniela Mercury, uma "vulgaridade". E termina sozinho, depois de uma vida dedicada a quatro motores da MPB, sem os quais estaríamos hoje como numa casa sem geladeira, água na torneira ou ferro elétrico. "Fui abandonado por três, Bethânia, Gal e Gil, no momento em que começaram a ganhar mais dinheiro", diz. "Para o Caetano já não faço mais shows há oito anos, mas pelo menos ele nunca me renegou. " Depois de dois enfartes, Guilherme Araújo interrompeu o livro de memórias que escrevia e reatou, ao enviar um retrato de Bethânia aos 25 anos e de um telegrama de pêsames pela morte da mãe de Gal, a ligação formal com as baianas. Mas trava na Justiça uma briga feia com Gil. Ele quer reaver os direitos fonográficos de 80 músicas compostas até 75, sobre as quais Guilherme Araújo tem 20% garantidos por contrato. "Gil é um comerciante, não tem caráter", amarga o ex-amigo. Passando seis meses no apartamento comprado há dez anos em Nova York, ao lado do edifício Dakota onde John Lennon foi assassinado, e o resto do ano no casarão-museu da Rua Redentor, em Ipanema, decorado com espelhos com molduras antigas, sofás art déco forrados de pele de onça e tigre, bandeiras da ex-URSS e relíquias do tempo em que era o rei da noite carioca, Araújo lembra, critica e se diverte. Sempre acompanhado de três gatos, Eddie (homenagem ao ator Eddie Murphy), Tânia (homenagem à divulgadora Tânia Caldas depois de uma briga com a própria) e Guzzy, ele faz jus ao título que o livro de memórias terá, se for concluído: Nunca Fui Santa. Nesta entrevista ao Estado, Guilherme Araújo relembra as noites cariocas das quais, segundo ele, "foi o inventor" e fala sobre o início da carreira de Bethânia, Gal, Gil e Caetano. Você atribui-se o título de inventor da noite carioca? Guilherme Araújo - Sem modéstia. Até metade dos anos 60, cantor brasileiro reunia gatos pingados na platéia. Depois que Bethânia veio substituir Nara Leão no show Opinião se deu a divisão das águas - mas ela voltou para a Bahia e estava sem fazer nada quando fui buscá-la com ajuda de Gláuber. Bethânia pegou um ônibus e veio para o Rio, ficou na casa do Macalé. Bolei um recital para ela na boate Cangaceiro, em Copacabana. E ela pediu-me que ajudasse o irmão e dois amigos. Caetano, Gil e Gal. Fomos receber o Caetano na estação rodoviária, muito bonitinho, talentoso, todos muito jovens. Bethânia tinha uns 18 anos. Acabei empresário de todos. Bethânia foi a primeira a brigar com você - parece que lhe deu uma surra saindo do banheiro da casa dela, nua. Houve briga, sim, mas não a famosa surra que ela tinha vontade de ter me dado.Ela rompeu comigo um pouco por ciúmes, porque eu me dedicava muito à Gal e ao Caetano. Foi por causa de dinheiro? Não, dinheiro foi com Gal, que chegou no Rio como Maria da Graça, apelido Gracinha. Passei uma noite rabiscando no papel um nome mais sonoro, que tivesse a ver com a verdade. Gao, Gau, cheguei a Gal Costa. A mãe dela, dona Mariah, escreveu-me uma carta furiosa. E a briga? Depois de quase 20 anos de trabalho, ela resolveu fazer um contrato de cigarros sem me consultar. Dizia que não achava meus direitos fonográficos justos e me trocou por um contrato, em 1982, de 1 bilhão de cruzeiros. Poderia ter aberto processo na Justiça. Não briguei com ela por causa de dinheiro. Ela deixou de consultar-me. Estava rica e não se precisava gastar assim. Essas coisas feriram-me. Interferi muito até ela virar estrela. Até mudando o visual de adolescente tardia, umbigo de fora, cabelos revoltos. O maior sucesso da sua carreira, Festa no Interior, de Abel Silva e Moraes Moreira, foi insistência minha. Ficou dez anos sem falar comigo. Aí foi a vez do Gil? Araújo - Tenho direitos autorais sobre 80 músicas do Gil que vão do começo da carreira até 1975, incluindo Aquele Abraço, homenagem ao Chacrinha. Ele decidiu que não quer mais manter esse contrato. Ora, ele pode comprar a sua parte. Michael Jackson também tem direitos sobre as músicas dos Beatles, isso é comum, mas só no Brasil um contrato assinado pode ser anulado na Justiça. Você não acha justo que ele queira de volta as músicas que fez no começo da carreira? Ele assinou o contrato e eu trabalhei para que ele fizesse sucesso. Ele não pode passar pelo pobre artista explorado e eu acabar como o sanguessuga vilão. É o grande compositor que não quer me pagar. O que está em jogo é apenas dinheiro, que ele tem muito, e caráter, que ele não tem nenhum. O que representa esses 20% de direitos de execução que cabem a você? Entre Gil e Caetano, de US$ 6 mil e US$ 8 mil a cada três meses. A parte do leão vai para os autores. O que recebo equivale a uma aposentadoria. Caetano não quis retomar direitos sobre músicas dele? Não, Caetano é uma pessoa honesta. Chorei quando deixei de fazer seus shows, mas continuamos amigos. O Gil e a Flora, mulher dele em quem não confio, querem os direitos agora. O caso está na Justiça? Vai ser marcado novo julgamento em Brasília. Duas vezes, a Justiça brasileira deu ganho de causa a eles. Era um juiz negro, que tinha um irmão músico. A mentalidade é de Terceiro Mundo, onde as pessoas têm horror de dividir. Foi o período em que eles cresceram. Eles são maravilhosos, mas ninguém faz nada sozinho. Precisaram de mim durante anos. Nem me citaram no disco de comemoração da Tropicália. Eles não existiriam se não fosse você? Estariam todos até hoje na Bahia cantando para rodas de amigos. Fui eu quem patrocinei a Tropicália em São Paulo. Não deixei que voltassem para a Bahia, como queriam, depois do exílio londrino - entre 1969 e 1972, acompanhei Caetano e Gil que saíram do Brasil depois da prisão em plena ditadura por causa de uma canção de Natal cantada na televisão por Caetano com um revólver na mão e também o Hino Nacional usado num dos shows. Insisti no Rio. Estava certo. Abrimos o negócio dos grandes espetáculos de MPB. Mas no início, quando eles chegaram, eram todos muito pobres, não tinham onde ficar. Foram para a sua casa? Todos moraram comigo. Gal, durante muito tempo, não tinha um tostão. Quando veio da Bahia foi financiada por Chico Buarque e morou na folclórica pensão Solar da Fossa, onde hoje é o Canecão. Foi você quem tirou a Gal do Solar da Fossa? Paguei três ou quatro meses de aluguel atrasado e a trouxe para morar comigo em São Paulo. Vocês moravam na Avenida São Luís, no centro, não é? No prédio do Adhemar de Barros, com porteiro de luvas brancas e vizinhança chique - mas Caetano resolveu decorar a casa com acrílico e muitos hippies, festa todo dia. Era o período Dedé Gadelha com muita loucura que só acabou na era da Paula Lavigne, melhor empresária do que atriz. Ela ajeitou a vida do Caetano, que está seis vezes mais rico e hoje pode produzir sozinho seus shows, sua vida. A Gal já não pode. Gal o convidou para dirigir seu próximo show? Dirigi os melhores shows da Gal antes da briga, entre 1979 e 1981, Gal Tropical, Aquarela do Brasil, Fantasia. Cheguei a fazer uma sondagem no mercado para saber quanto a Bibi Ferreira ganha para dirigir. Ficaria em torno de uns US$ 20 mil, mais participação. Mas não quero. Foi uma ligação muito forte antes, muito difícil depois. Estão todos, mulheres e homens, riquíssimos com 50, 54 anos. Fico feliz por eles. Gosto muito de todos. Mas estou cansado. Você não vai terminar seu livro de memórias? Tem um filme que adoro, vi um milhão de vezes, mas nunca chego até o final. É Um Lugar ao Sol, com Montgomery Clift, Shelly Winteres, Elizabeth Taylor. Ele é acusado de um crime que não cometeu e condenado à cadeira elétrica. Sei que ele morre no fim, mas nunca vejo. Meu livro está começado, parei no meio. Não sei se chego ao final. Você acha que vai morrer no final? Vou e quero ser cremado. Vi a Carmem Miranda morta, tailleur vermelho, toda maquiada, e o Tom Jobim, também maquiado. Mas no Brasil, enterro é sempre uma coisa penosa. Vou deixar dinheiro para uma festa e quero minhas cinzas atiradas do Pão de Açúcar, onde organizei grandes carnavais. Sempre comemoro essas situações solenes. Quando saí do hospital, depois dos enfartes, dei uma festa no Banana Café para médicos e enfermeiros. Você está cansado de viver? De viver daquele jeito, estou. Comecei com 20 anos, trabalhei 40 sem parar. Ainda cursava o Colégio Pedro II quando fui estudar no Teatro Duse, em Santa Tereza, com Paschoal Carlos Magno. Com 23 anos produzia o programa Dentro da Noite, na TV Tupi, com textos de Antônio Maria e apresentação de Paulo Autran e Sérgio Cardoso. Morei em Roma no fim dos anos 50 - no tempo em que Glória Menezes era mulata e Norma Bengell, corista do Carlos Machado. Eu tinha bolsa para um estágio na Radio e Televisão Italiana (RAI) e a Norma tentava fazer cinema na Europa, eu era "duro", mas ela me levava para festas na casa do Ugo Tognazzi. Ainda fui assistente do produtor Aloísio de Oliveira (Elenco), que lançou Edu Lobo, Nara Leão, Vinícius, Tom. Era o começo da Bossa Nova. Vivi na Alemanha e Paris. Na volta, fui buscar Bethânia na Bahia. Com quem mais você trabalhou além dos quatro? Lancei Zezé Motta cantora - atriz negra não teria muitos papéis além de Xica da Silva -, com Ney Matogrosso houve uma tentativa, com Raul Seixas também. Tentei ajudar a Elza Soares, que poderia estar bem de vida, mas talento e complicação, às vezes, andam juntos - como com João Gilberto, de quem gosto muito, mas trabalhar com ele é imprevisível. Milton Nascimento bateu muitas vezes no meu escritório. Não tinha tempo. Você arrependeu-se desses 40 anos de show business? Não. Nasci no subúrbio, no Engenho de Dentro, andava de lotação. Aos 28 anos voava em primeira classe de avião e tinha carro com motorista na porta, hotéis de cinco estrelas pelo mundo. Agora, aos 60, voltei a andar de ônibus e a viver barato. Minha vida é o que você vê na decoração da minha casa, mistura de objetos caros e baratos comprados nas feiras de São Cristóvão ou Paris. Coisas simples voltaram a me dar prazer. Adoro o filé com fritas dos botequins do Rio. Você vive só desses direitos musicais de Caetano e Gil? Tenho aluguéis de uma casa em Búzios e três salas que foram o escritório da Guilherme Araújo Produções Artísticas (Gapa) -, sigla que cedi ao Grupo de Apoio aos Pacientes de Aids. Você já não é um homem da noite? Antes dormia de manhã, trabalhava à noite. Tomava tudo. Haxixe em Londres, maconha e cocaína no Brasil, Paris, Nova York. Orgias e sexo. Hoje, até guaraná em pó me dá palpitação. Sexo, arquivei. Abandonei as mechas no cabelo, as roupas audaciosas. Uso terno e bengala, vou para a cama às 22h30, acordo às 7 horas - e fico pasmo com pessoas saindo de casa à 1 hora para o funk em Caxias ou a festa na Vieira Souto. Não vale mais a pena. Antigamente valia? Durante 15 anos promovi o baile que abria o carnaval do Rio usando como cenário o cartão de postal da cidade, o Pão de Açúcar. Durante 13, fiz o baile que fechava o carnaval, o Grande Gala Gay, no Canecão. No Rio, isso acabou. O carnaval foi para o Nordeste, nas grandes cidades quem anima a festa são "modelos" que, na verdade, exercem a profissão mais antiga do mundo. O resto foge para Búzios ou Miami. Os turistas cansaram, areia e coqueiro têm em qualquer praia do mundo. O Rio, que era charmoso, ficou perigoso, violento, feio, sujo, caro. E a noite carioca? A noite não existe mais em nenhum lugar do mundo. Antigamente era o Zum- Zum, o Bateau todo dia no Rio, o 54 em Nova York. Agora só se sai aos fins de semana. Empresários daquele tempo sumiram, como o Marcos Lázaro (ex-Elis Regina e Roberto Carlos) que hoje empresaria jogadores de futebol. O resto sumiu. Por causa da aids? Ou simplesmente morreram. Aquela geração que gastou toda a vida muito cedo morreu parecendo mais velha, como Vinicius, Carlinhos Oliveira, Tarso de Castro, Roniquito. A aids levou muita gente, só no meu quarteirão morreram os estilistas e empresários George Henri, Gregorio Faganello, Rodolfo Scarpa. O brasileiro em geral ficou mais violento. Não se diverte mais numa festa movida a álcool. Prefere atirar o álcool no mendigo e acender fogo. Empobrecimento geral? Antes eram os baianos velhos, depois os quatro que lancei, e os novos. Agora, temos a Daniella Mercury... Você não gosta da axé music? Esse grupo de rua da Bahia é muito vulgar. São descendentes dos baianos fundamentais, Caymmi e João Gilberto, mas contrariam a elegância dos antecessores. Tenho horror a essa dança de bundinha na garrafa. O Brasil, hoje, é o País mais vulgar da América Latina, tenho vergonha quando vejo as coisas brasileiras apresentadas lá fora. Mulatas exibem-se com biquínis fio dental e sapatos horrendos de plataforma. Podiam estar todos num show pornô. Você sente vergonha de ser brasileiro? Fico surpreso ao ver que os americanos tratam os latinos da mesma forma que cariocas e paulistas trataram os nordestinos - são os porteiros dos prédios ou empregados da limpeza. No caso dos brasileiros, ainda tem a vulgaridade. Mas continuamos com nosso provincianismo, o deslumbramento com Nova York, a invenção de grandes festas que não existem, são convidados que dividem o local com quem entrar. Como você comprou o apartamento de Nova York? Com os últimos bailes de carnaval. Sou muito organizado com dinheiro. Comprei esta casa há 15 anos e assim que os bailes começaram a dar lucro passei a juntar. Quando achava que dava, telefonei para Olivia, mulher do Warren Hoge, ex-correspondente do The New York Times no Brasil. Pedi que ela procurasse um quarto e sala entre as Ruas 62 e 72. Sou vizinho de Shelly Winters, Yoko Ono, Lauren Bacall e da brasileira Nelita (ex-Vinícius de Moraes) casada com o Gérard Léclery (ex-Regina Rosemburgo). E moro junto de um hotel que vive cheio de brasileiros. Os artistas brasileiros fazem muito sucesso nos EUA? Os únicos brasileiros conhecidos de ponta a ponta do país ainda são Carmem Miranda e Tom Jobim. Mais do que arrecada a viúva Jobim, só os Beatles. O Tom é o artista mais executado no mundo depois dos Beatles. (Ana Lontra recebe cerca de US$ 200 mil/mês.) Muitos artistas brasileiros falam de sucesso em NY. Caetano Veloso tem a melhor imprensa em Nova York, mas é tarde para fazer sucesso. Quando saímos do Brasil, em 1969, e nos reunimos em Lisboa, eu não queria ir para Londres, queria Nova York. Eles teriam feito uma carreira excepcional nos EUA. Mas Caetano e Gil eram provincianos, tiveram medo, não sabiam que, se chegassem em Nova York, do aeroporto iam achar que estavam na Bahia - a população negra aos gritos, uma bagunça. Nova York deixou de ser trampolim na carreira? Fundamental para artista brasileiro fazer sucesso é o Brasil, onde se ganha muito dinheiro. Não são direitos autorais que deixam o artista rico, é show ao vivo. O cachê do Caetano aqui fica entre US$ 50 mil e US$ 100 mil. Em Nova York, entre US$ 7,5 mil e US$ 15 mil, mesmo o soberbo Fina Estampa. Isso vale para qualquer artista brasileiro? O Glauber dizia: "Existem estrelas e artistas de cinema." Estrela ganha dinheiro, atriz faz bem o papel. Há artistas para cem pessoas, como Macalé, outras para 5 mil, como Milton Nascimento. O artista tem de encarar logo a que grupo pertence. Se confundir, não sai do lugar. Isso independe do talento.

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