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Gravadora quer novos fãs para Elvis Presley

Embora seja um dos nomes mais lembrados do pop, seus discos vendem pouco e seu museu em Memphis amarga baixa visitação. Para reverter o quadro, a RCA prepara uma compilação com marketing dirigido a novos e jovens fãs

Por Agencia Estado
Atualização:

Quase 25 anos depois da morte de Elvis Presley, a RCA tenta recolocá-lo no trono do pop mundial. A gravadora está produzindo atualmente uma compilação de 30 hits de Elvis Presley nos mesmos moldes de 1, dos Beatles, que teve 8 milhões de cópias vendidas apenas nos Estados Unidos. Colocar outro produto de Elvis à venda no mercado não é a novidade principal. A diferença é a campanha de marketing que por trás do lançamento, que ainda não tem título definido. A RCA pretende vender o CD para um público entre 15 e 24 anos, que nunca comprou nada relacionado com Elvis. O objetivo é rejuvenescer a base de fãs do músico. Por quê? Para aumentar as vendas de seu catálogo. No ano passado, Elvis Presley teve 1,4 milhão de discos vendidos, o que é considerado muito pouco para quem tem um catálogo tão extenso e importante. Até hoje, é estimado que ele teve 600 milhões de discos vendidos nos Estados Unidos, mais 400 milhões no resto do mundo. Outro sinal de que a memória de Elvis está em baixa é a queda na visitação à Graceland, sua mansão/museu em Memphis, Tennessee. O número de visitantes caiu 15% no ano passado, e já estava muito ruim mesmo antes dos ataques terroristas de 11 de setembro. Após a tragédia, a administração do local teve de demitir 15% de seus funcionários: quase 50 pessoas. Graceland foi aberta à visitação em 1982 pela viúva do ídolo, Priscilla. Para rejuvenescer o nome de Elvis, que teria feito 67 anos este mês, a RCA e a Elvis Presley Enterprises (EPE) vão associar sua "marca" com outros nomes internacionais importantes: de volantes de loteria a roupas inspiradas nos anos 50, da marca Lansky Brothers, a primeira a vestir do rei do rock. No web site da Mansão Graceland, por exemplo, já é possível conseguir o cartão de crédito Visa Elvis. Até o estúdio Walt Disney entrou na jogada: canções do músico vão estar na trilha sonora de um novo desenho animado do grupo, Lilo & Stitch, sobre uma menina havaiana apaixonada pelo cantor. O nome de Elvis, quem diria, vai estar ligado a promoções do filme infantil em lojas do McDonald´s e jogos do PlayStation 2, da Sony. A tentativa de relançar Elvis não é fácil. Uma prova disso foi o show especial da cantora Britney Spears em Las Vegas no ano passado, que foi transmitido ao vivo pelo canal de TV por assinatura HBO. No cartaz de promoção do evento, ela usava uma roupa clássica de Elvis: body-suit branco com detalhes em dourado. Em uma pesquisa informal, a RCA descobriu que a maior parte do público da diva teen associava a roupa ao rei do rock, mas sabia muito pouco sobre o músico. Que ele fez filmes, por exemplo, poucos adolescentes tinham conhecimento. Outra dificuldade na tarefa é retirar de Elvis o estigma de kitsch ou cafona, uma característica que não é entendida pelo público jovem atual. Por outro lado, a onda de nostalgia no pop é grande e Elvis trata-se de um dos nomes mais reconhecidos da cultura pop no século 20, ao lado de Marilyn Monroe, por exemplo. De qualquer maneira, ainda vai se ouvir muito falar em Elvis em 2002, que vai ter uma grande celebração do aniversário de sua morte. A Elvis Week 2002 está marcada para começar em 10 de agosto e vai ter como seu ponto alto Elvis: The 25th Anniversary Concert, cujos ingressos começam a ser vendidos nesta sexta-feira. No evendo de 16 de agosto, na arena The Pyramid, de Memphis, Elvis vai cantar no telão, acompanhado por músicos que trabalharam com ele no passado e outros artistas em participações especiais que ainda não foram anunciadas. Mais informações podem ser conseguidas no web site www.elvispresley.com.

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