PUBLICIDADE

Grandiosidade foi a marca de <i>A Bigger Bang</i>, dos Stones, no Rio

Por Agencia Estado
Atualização:

"Tem gente de São Paulo aqui hein? E da Bahia?, e de Porto Alegre?, e do Rio? Vocês são fantásticos." Mick Jagger sabia perfeitamente que estava celebrando uma espécie de missa multicultural, multigeográfica, multireligiosa: em Copacabana, quando os Stones pisaram o palco, às 21h45, o rock tornou-se a única linguagem. As explosões que vieram do telão no início do show mostravam a tese do big bang roqueiro. Passeando por grandes centros urbanos, Nova York, Paris, Londres, São Paulo, Copacabana. Os Stones começaram com Jumping Jack Flash, uma novidade, já que costuma abrir com Start Me Up. Mick Jagger vestia um spencer prateado, jeans preto, tênis preto e um cinto cintilante. Quando o telão focalizava o fundo do palco, aparecia o repertório numa espécie de quadro negro. Keith Richard, vestindo um terno bordado nas costas em dourado, estava eloqüente com suas Fender e depois Gibson pretas, mostrando disposição em mostrar uma noite já muito escaldante em Copacabana. Em dado momento, Mick Jagger endereçou um recado para o público fora das áreas confortáveis de vips e convidados: "Todo mundo lá atrás", disse em inglês. Logo a seguir, com uma camisa azul por cima da camiseta preta, emendou Wild Horses, uma das mais belas baladas do rock. Ele também falou, demonstrando que é um bom homem de negócios, sobre a audiência que a transmissão do show estava alcançando, audiência que se estendia aos Estados Unidos e ao México. Mas os Stones levaram mesmo o público ao delírio quando uma espécie de trenzinho levou a banda inteira tocando Miss You, ao meio do público por meio de uma passarela com trilhos. Ali, Mick fez gracinhas, do tipo "as mulheres são lindas aqui, han?", e pousou para as fotos dos fãs com suas máquinas amadoras e seus celulares. Na bateria de Charlie Watts, em ambos os lados havia dois painéis acrílicos onde estava descrito todo o repertório. Da passarela em diante, foi só petardo: Rough Justice, Honk Tonk Woman, Simpaty for the Devil, Start Me Up, Brown Suggar. Para finalizar, aquela que todo mundo esperava: Satisfaction, com Mick Jagger vestindo uma camiseta com as cores do Brasil e o nome do "Rio de Janeiro" abaixo. O guitarrista Keith Richard viveu seu momento de herói ao cantar This Place is Empty. Ao terminar, o pessoal do fundão mandou um grito de guerra: olê, olê, Richard, Richard". Enquanto Richard cantou duas músicas, a segunda intitulada Happy, o guitarrista Ron Wood fez um belo slide guitar sentado no centro do palco. Os Stones tocaram ao todo 20 canções. Quando os Stones finalmente forem embora, vai ficar um grande vazio aqui em Copacabana. Eles ofereceram uma noite do mais puro rock and roll.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.