Antes de começarem as gravações do especial anual de Roberto Carlos, na noite desta terça, 8, a produção da Globo levou os jornalistas ao camarim para terem uma rápida conversa com dois dos convidados deste ano: Gilberto Gil e Marisa Monte.
A instrução era clara: falar apenas do show. Gil, com a voz baixa, falou do impacto de cantar com Roberto. "Sempre será uma emoção. É um canto que está em todos nós." Marisa disse do naturalismo de Roberto ao cantar as canções e de como se lembra dos pôsteres do Rei que via em sua infância.
Gil tinha um violão no colo, e o dedilhava baixinho. Marisa estava sentada a seu lado, abraçada a ele carinhosamente. Gil se lembrou quando ouviu Roberto pela primeira vez, em uma lanchonete de Salvador. "Eu entrei quando estava tocando O Calhambeque".
A última pergunta feita pelo Estado rompeu a calmaria do trato com a organização da Globo, mas se fazia necessária. "Gil, e como você está?" Imediatamente, antes de qualquer resposta, duas assessoras de imprensa se colocaram à frente do jornalista e ordenaram o fim da entrevista. Gil, sem graça, olhava para elas e apenas respondia "estou bem, estou bem" enquanto os jornalistas saíam da sala. Ainda houve uma última conversa ao lado do cantor. "Gil, seria uma indelicadeza não fazer esta pergunta". E ele respondeu. "Eu sei, é uma preocupação com a minha saúde". Gil tem feito sérios tratamentos para uma insuficiência renal.
O terceiro convidado da noite, Caetano Veloso, não participou da entrevista. Roberto Carlos também não. O especial vai ser exibido em dezembro, ainda sem dia definido.