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Gereba e "Rumos Música" agitam São Paulo

Por Agencia Estado
Atualização:

Do sertão baiano, dali das proximidades de Canudos, vêm sons de lamento, música áspera de queixas, música de sincréticos tambores sagrados, palmas de sambas de roda e de festas de origem religiosa, certo? Errado. Vêm esses sons, vêm outros. Mostra-nos o "amarelo" - como a ele se refere Zé Nêumanne - Winston Geraldo, mais conhecido como Gereba, natural de Monte Santo, cantor, compositor, violonista, poeta, grande em tudo o que faz com música e importantíssimo no retrabalho respeitoso da música interiorana da Bahia. Prova-o no CD que lança, com shows no sábado e domingo, no Sesc Pompéia, zona oeste de São Paulo. Chama-se, o disco, Canções Que Vêm do Sol. São valsas e choros, 15 ao todo, compostas por Gereba no trabalho que dedica ao pai, o "véio" Geraldo, sua fonte de inspiração. "Muitas vezes, eu e meus 11 irmãos dormimos ao som do violão do ´véio´ Geraldo, das músicas compostas para nós, suas pérolas, como ele nos chamava." Canções Que Vêm do Sol é um trabalho de reminiscências, uma viagem a "lugares e lembranças distantes": lembranças de pessoas, momentos, paisagens. Uma coleção de emocionadas melodias, sempre sem palavras - o que evocam, o que trazem à sensibilidade está dito nas frases musicais, às vezes desenhando acalantos (Thomaz), às vezes sugerindo um sarau em noite preguiçosa (Luiza Mahin, esta assinada em parceria com Arnaldo Xavier). Dos shows de sábado e domingo - em formato de recitais - participam os músicos Silvinho do Acordeão, Proveta (clarineta), Zé Ananias (flauta) e João Omar (violoncelo). João Omar é filho de um ilustre conterrâneo de Gereba, o cantador Elomar Figueira de Melo. Todos eles estão no disco, mais Jota Gê, Cid Ornellas, Túlio Mourão - alguns de uma lista que relaciona violões, flautas, caixas de fósforos, piano, saxofones, bandolins, oboés d´amore, viola, mandolim, cavaquinho. Em tempo: quem não puder ir ao show, quiser o disco e não o encontrar, fale direto com o autor pelo e-mail wgereba@uol.com.br. Mapeamento - E o Itaú Cultural continua, neste fim de semana, a apresentar o resultado do mapeamento que realizou sobre a produção contemporânea de música popular, selecionando artistas do País inteiro. As atrações (três por noite) dos espetáculos de amanhã a domingo vêm de Pernambuco, Minas Gerais, Maranhão, Bahia e Paraíba. São nomes importantes em suas regiões e quase desconhecidos fora de lá. Os estilos são os mais variados, da ciranda de Lia de Itamaracá (Pernambuco) ao tambor de crioula de Dona Teté, (Minas Gerais) e à fusão de tradição e modernidade do Narguilé Hidromecânico (Maranhão). Para aprender sobre cultura brasileira. Gereba. Sábado, às 21 horas; e dom, às 18 horas. De R$ 3,00 a R$ 6,00. Teatro do Sesc Pompéia. Rua Clélia, 93, tel. 3871-7700Rumos Itaú Cultural Música. De sexta a domingo, às 19 horas. Entrada franca. Itaú Cultural, Avenida Paulista, 149, tel. 3268-1700.

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