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Gal Costa comemora aniversário de 71 anos com show delicado no festival Satélite 061

Espetáculo 'Espelho d´Água', só com voz e violão, encerrou a 5º edição do evento realizado em Brasília

Por João Paulo Carvalho
Atualização:

O show intimista Espelho d'Água, de Gal Costa, encerrou com delicadeza e maestria o festival Satelite 061, realizado em Brasília neste fim de semana. A força da voz da intérprete driblou a chuva e soube reanimar o público que parecia um pouco disperso no início da noite deste domingo, 25. Acompanhada só pelo violão de Guilherme Monteiro, a apresentação de Gal não teve bateria eletrônica, percussão, metais, teclados ou efeitos no microfone. O que se tinha ali era uma Gal em sua mais pura essência. A voz, portanto, foi a única protagonista do espetáculo. No dia em que completou 71 anos de idade, a cantora foi recebida com um coro emblemático de "Parabéns Para Você". Vaca Profana (Caetano Veloso), Negro Amor (Bob Dylan/ versão: Caetano Veloso e Péricles Cavalcanti) e Tigresa (Caetano Veloso) emocionaram o público e arrancaram boas lágrimas dos mais sensíveis. "Escolhi canções emblemáticas para este show. São canções que sei que os jovens curtem, mas nunca me ouviram cantar", disse Gal. "Agora uma música que eu gravei no meu disco mais ousado da década 1960", disse, antes de apresentar Tuareg, de Jorge Ben Jor. Você Não Entende Nada (Caetano Veloso), Baby (Caetano Veloso) e Meu Nome é Gal (Erasmo/Roberto Carlos) encerraram a performance. Em termos de impacto, Estratosférica poderia ter causado um impacto maior na plateia, já que o show possui uma força mais intensa.

O que se tinha ali era uma Gal em sua mais pura essência vocal Foto: Alex Amaral|Divulgação

Antes de Gal, quem se apresentou foi a banda As Bahias e a Cozinha Mineira. As vocalistas transsexuais Assucena Assucena e Raquel Virgínia transformaram o palco numa verdadeira pista de dança. "Vamos gritar Fora, Temer bem alto para ele poder ouvir lá da casa dele. Ou melhor, da casa que ele roubou da Dilma, né, amores?", disse Assucena. A banda, que no fim do ano passado lançou o disco Mulher, levanta discussões femininas em suas composições. Lavadeira Água, Mãe Menininha do Gantois e Esperança no Cafundó extarnam bem a temática. Guizado, Joe Silhueta, Consuelo, Autoramas, Marssal, Caê Maia e Thabata Lorena também se apresentaram na segunda noite da 5ª edição do Satélite 061. Diferentemente do que aconteceu no dia anterior, quando todas as apresentações sofreram atrasos e o show do Baiana System cancelado devido à forte chuva que caiu em Brasília, todas as apresentações começaram e terminaram rigorosamente nos horários previstos. Entre junho e setembro, o tempo costuma ficar bastante seco na região centro-oeste. São Pedro, no entanto, tratou de mudar o cenário desértico com um temporal intenso no final da tarde de sexta, 23, e começo da manhã de sábado, 24. A chuva inesperada prejudicou a preparação dos palcos e as respectivas passagens de som. A banda Nova Raiz, do Distrito Federal, estava prevista para abrir o festival às 16h. O grupo, no entanto, só subiu ao palco principal às 19h30, quase quatro horas depois. O efeito dominó dos atrasos ficou incontrolável. Para reduzir os danos e conter a impaciência do público, a performance de Consuelo, que aconteceria no sábado, às 22h15, foi remanejada para o domingo, 25. O show de Elza Soares, que encerraria a primeira noite da 5ª edição do Satélite 061, foi antecipado. Já passava da 1h30 quando a mulher do fim do mundo emergiu com sua voz de trovão para encantar os fãs persistentes que marcavam presença na Torre de TV, no Eixo Monumental. * O REPÓRTER VIAJOU A CONVITE DA ORGANIZAÇÃO DO FESTIVAL

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