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Free Jazz quer atrair 26 mil pessoas em SP

O primeiro Festival do novo século começa nesta sexta, às 19 horas, no Jockey Club de São Paulo, com um público estimado em 26 mil pessoas e 34 artistas

Por Agencia Estado
Atualização:

O primeiro Free Jazz Festival do novo século começa amanhã, às 19 horas, no Jockey Club de São Paulo, com um público estimado em 26 mil pessoas e 34 artistas em cena, durante três dias. As estrelas da mostra trazem consigo a marca de uma nova música: a eletrônica, agora transformada em establishment. São 23 DJs em cena, alguns deles ungidos ao centro do palco com status de superastros (caso dos britânicos Fatboy Slim e Roni Size). E outros que transitam entre uma coisa e outra, caso da nova diva da soul music, a americana Macy Gray - não por acaso, ela participa do disco mais recente de Fatboy Slim, e vice-versa. Macy Gray e sua voz sintética, que mistura um pouco da tradição dramática das grandes cantoras do passado, como Billie Holiday, e a devastação espiritual do presente, com seus implantes, clonagens e simulações, representa o meio-termo entre uma coisa e outra. Mas, como prega um dos profetas dessa nova ordem musical o também britânico Aphex Twin, não se pode esperar uma revolução estética somente do ambiente eletrônico. "Eu acho que há revoluções sem o uso da música eletrônica sendo realizadas o tempo todo e, se não há nada de novo soando fresco, haverá sempre experiências vitais à espera de serem descobertas", ponderou o produtor, cujo nome é Richard James. Do Nordeste, vem um exemplo dessa dica de Aphex Twin: o pernambucano DJ Dolores e a Orchestra Santa Massa, que mistura a música regional com a eletronic music, obtendo resultado original e interessante. O DJ Dolores apresenta-se na noite de sábado, no palco Main Stage, às 22 horas, justamente na abertura do show de Aphex Twin. Mas o festival de 2001 não descuidou do termo que lhe dá nome, o jazz propriamente dito. Com um palco exclusivo - em anos anteriores, os shows eram realizados no restaurante do Jockey, um lugar apertado -, os jazzistas mostram todas suas revoluções históricas, do bebop à fusion, passando por representações do swing e do hard bop. "O jazz está se encaminhando para ocupar o mesmo lugar no qual está a música erudita hoje", diz Zuza Homem de Mello, curador da parte jazzística do festival. Nesse limiar estético estão os saxofonistas Benny Golson e Phil Woods, dois gigantes do instrumento. Essa é a 16ª edição do festival - e também a penúltima, já que a nova legislação antitabagista proíbe a propaganda de cigarros. A mostra é patrocinada pela Souza Cruz e leva o nome de sua marca de cigarros mais vendida. Há uma possibilidade de a Dueto Produções, que realiza a mostra, trocar de patrocinador após 2002 e manter o festival com outro nome. Está encerrada a venda de ingressos nos postos de venda. A partir de amanhã, só no quiosque do Jockey Club no Village (área de convivência do evento), das 14 horas às 2 horas. Também não há mais ingressos para os shows de Grandaddy, Belle & Sebastian, Sigur Rós, Temptations, Macy Gray, Benny Golson e Fatboy Slim. Alguns detalhes importantes para quem vai o Jockey Club, e que não podem passar despercebidos: a) Não será permitida a entrada de menores de 18 anos mesmo que acompanhados pelos pais e/ou responsáveis. b) Deve-se apresentar documento de identidade na compra do ingresso e na entrada dos shows. c) No caso de meia-entrada para estudantes, é indispensável a apresentação de carteira de estudante e documento de identidade com foto. d) Não será permitida a entrada com máquina fotográfica, objetos metálicos ou armas. Haverá revista. O Multishow vai transmitir com exclusividade os shows do Free Jazz no Rio de Janeiro, ao vivo, a partir das 21h30. A apresentação será de Nelson Motta e Lorena Calábria.

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