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Free Jazz Festival reúne 85 mil

Somando o público do Rio de Janeiro e São Paulo, cerca de 85 mil pessoas circularam pelos três dias do evento nas duas cidades. O Free Jazz Festival deve continuar em 2003

Por Agencia Estado
Atualização:

Terminou com uma sucessão admirável de bons espetáculos o 16º Free Jazz Festival, já na manhã de hoje, no Jockey Club. Cerca de 25 mil pessoas estiveram na mostra durante os três dias de shows e consumiram 30 mil latas de cerveja e 25 mil garrafas de água somente nos bares internos dos palcos. Somados aos visitantes que não viram shows, mas circularam pela área de convivência, a organização estima que 40 mil pessoas foram ao Jockey. No derradeiro dia, o trânsito ficou desorientado no lado de fora do hipódromo e as filas foram quilométricas na entrada dos palcos. Por conta de uma certa relutância do Jockey Club em ceder seus estacionamentos internos, muitos espectadores tiveram de deixar os carros nas ruas, com os guardadores, que cobravam até R$ 25,00 para "cuidar" dos automóveis. A gerente de pesquisas Marlene Treuk tentou convencer um guardador de carros a receber na saída pelo serviço que prestaria ao seu Renault. Quando saiu, por volta das 2h30, após o show de Macy Gray, o "guardador" tinha quebrado os vidros do seu carro. O policiamento em torno do Jockey era quase inexistente, a essa altura. O Free Jazz Festival deve continuar em 2003. Diversos patrocinadores já se candidataram a manter o festival a partir daquele ano, quando a Souza Cruz, fabricante de cigarros, estará impossibilitada de apoiar o evento, que mantém há 17 anos (o festival não foi realizado no ano em que o governo Collor promoveu o seqüestro das contas bancárias, poupanças e outros investimentos). Um famoso fabricante de refrigerantes, uma montadora de veículos e um provedor de Internet estão no páreo. É possível ainda que a Souza Cruz encontre uma fórmula alternativa para continuar bancando a mostra. A permanência no Jockey, no entanto, é uma incógnita, já que a direção do local demonstrou certa resistência em abrigar a mostra este ano. A última noite do festival foi a mais lotada - recebeu um público total de 8,6 mil pessoas. E a mais recheada de VIPs, das atrizes Alessandra Negrini e Marisa Orth ao casal de apresentadores Marcos Mion e Babi, além dos músicos Simoninha e Max de Castro e o ex-jogador de futebol Raí. Houve um incidente ao final do show de Macy Gray, no restaurante Sutra. Algum espertinho soltou uma bomba de gás-pimenta, que faz arder os olhos e a garganta e torna o ambiente insuportável por alguns minutos. A maioria dos freqüentadores abandonou as mesas e deixou as contas para pagar algum dia, quem sabe. Ninguém descobriu o autor da brincadeira e o restaurante teve de arcar com o prejuízo. Segundo a organização, a área de convivência do festival o Free Village - que não requeria ingresso para ser freqüentado - recebeu perto de 15 mil pessoas nos três dias do festival (bem abaixo do MAM do Rio de Janeiro, que recebeu 45 mil pessoas). Com seus bares, restaurantes, áreas de descanso e um palco, consolidou-se como uma boa opção de lazer mesmo para quem não conseguiu comprar ingressos a tempo para o festival. No bares do Village, os freqüentadores comeram 8 mil pedaços de pizza, tomaram 7 mil latas de cerveja, 3,5 mil latas de refrigerante, 2 mil garrafas de água, 40 garrafas de uísque e 60 garrafas de vinho, entre outros itens. Durante os três dias, o serviço médico atendeu 47 pessoas, a maioria com cefaléia, para fazer curativos ou para atendimento por consumo excessivo de álcool. O corpo de bombeiros não registrou nenhuma ocorrência. Segundo a organização, também a segurança - uma das mais ostensivas de toda a história do festival, com 600 homens - não registrou nenhum confronto grave. Rio de Janeiro - Em balanço extra-oficial, a organização do festival contabilizou, para a edição carioca, um total de 23.760 ingressos vendidos: 11,3 mil para o Main Stage, 5,66 mil para o Cream, 5 mil para o New Directions e 1,8 mil para o Club. O único palco com lotação esgotada nas três noites foi o Club. No palco principal, sobraram ingressos apenas para a segunda noite, sexta-feira, dedicada à música eletrônica. Neste dia, revezaram-se DJ Dolores e Orchestra Santa Massa, Roni Size e, encerrando, o DJ inglês Richard James. A área de convivência Free Village, com seus bares, restaurantes, áreas de descanso e um pequeno palco, recebeu a maior visitação do evento. Cerca de 45 mil circularam pela área, de livre acesso. Durante os três dias, o serviço médico contou 79 atendimentos, nenhum grave, sem necessidade de remoção. Já os bombeiros foram acionados para 15 remoções para as ambulâncias. O consumo de bebidas desenha bem o perfil de cada palco. As 11,3 mil pessoas do Main Stage consumiram 20 caixas de uísque, 2 mil de cerveja, 40 de energético. No palco dedicado ao jazz, o Club, com cerca de um sexto da lotação do Main Stage, foram 59 caixas de uísque e apenas 120 de cerveja e 6 de energético. Já o balanço do New Directions, dedicado às novas tendências da música, e o do palco Cream, que varava a madrugada com música eletrônica, confundem-se, uma vez que ocuparam o mesmo espaço em horários diferentes. Somados, representaram um consumo de 10 mil latas de cerveja, mil doses de uísque, 700 de cachaça e 800 de vodka, para um público total de 10,66 mil pessoas.

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