Fred Martins vence a nona edição do Prêmio Visa

O compositor recebeu R$ 110 mil e gravará um CD pela gravadora Eldorado

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Por Agencia Estado
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O compositor carioca Fred Martins foi o grande vencedor do 9º prêmio Visa de Música - Edição Compositores. A cerimônia de premiação ocorreu na noite desta quarta-feira na casa de shows Tom Brasil Nações Unidas, em São Paulo. Martins levou o prêmio do júri e também foi o preferido pelo voto popular. Ele recebeu R$ 110 mil e a gravação de um CD pela Eldorado. O segundo lugar foi para o paulistano Danilo Moraes, que recebeu R$ 50 mil. O terceiro foi Kristoff Silva, nascido nos Estados Unidos e criado em Minas. Ele recebeu R$ 30 mil. Os jurados - Ná Ozzetti, Paulo César Pinheiro, Arrigo Barnabé, Nelson Ayres, Arthur Nestrovski, Ronaldo Bastos e Magro Waghabi - ficaram mais de uma hora confinados para decidir o nome do vencedor. Enquanto isso, Nando Reis e os Infernais se apresentavam. A final do prêmio Visa contou com cinco fortes finalistas. No final, acabaram sendo contemplados os compositores mais jovens e desconhecidos. Eles concorriam com os veteranos André Abujamra e a dupla dos irmãos João Donato e Lysias Ênio. A premiação começou por volta de 21 horas, com o show de abertura de Kristoff Silva, seguido de uma apresentação das composições de Donato e Ênio, interpretadas pela cantora Gabriela Gelusa, cuja voz não correspondeu à qualidade das canções. Na seqüência se apresentaram o vencedor Fred Martins, depois André Abujamra e Danilo Moraes. Fina escola Representante da boa safra de jovens compositores, Fred Martins selecionou para sua apresentação final as canções Novamente, O Samba Me Diz e Tempo Afora. Cauteloso com a carreira, diz ter tirado lições do período em que passou transcrevendo partituras para os famosos songbooks produzidos por Almir Chediak. Foram mais de dez anos de labuta. Além de trabalhar diretamente com o fino da MPB, o compositor pôde acompanhar a evolução da obra de seus expoentes, como Chico Buarque, Gil e Tom Jobim. Evolução das canções, das fases, das épocas. ´Foi uma escola incrível, em que mantive contato só com clássicos da MPB´, conta ele. Foi também o período em que ficou instigado a compor. Àquela altura, no entanto, Fred achava que precisava se conter, tinha de aprender mais. ´Em 1999, Ney Matogrosso gravou minha música Novamente, quando, por coincidência, eu queria mudar a direção da minha carreira, queria me mostrar também, com banda, num palco, num show.´ Depois de Ney, vieram Zélia Duncan, que gravou Flores (parceria dele com Marcelo Diniz) e Hóspede do Tempo (parceria dos dois), e Maria Rita, interessada em Sem Aviso (dele e Francisco Bosco). Era como uma espécie de confirmação, para si mesmo, de que estava no caminho certo. Foi o que lhe deu coragem para se expor definitivamente. Em 2001, ele lançou o primeiro CD, Janelas. Seu mais recente disco, Raro e Comum, de 2005, tem participações de Ney e Zélia. Fred continua compondo. Sempre. ´Para mim, é o mais importante. Cantar veio depois.´ Veio pela necessidade comum entre muitos compositores de imprimir interpretação autoral em sua própria obra. ´Tenho uma voz suave, mas é a composição que tem de ser boa.´

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