Forró: uma mania lucrativa em SP

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Criado nos terreiros do sertão, o forró há muito extrapolou as festas juninas, garantindo diversão o ano inteiro e rendendo um bom dinheiro nas grandes capitais. Em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte pipocam casas noturnas especializadas nesse ritmo, onde o público é formado por jovens universitários bem nascidos. Na capital paulista, casas noturnas, especializadas nesse tipo de música, em bairros nobres chegam a reunir mais de 2 mil pessoas nas melhores noites. Bandas de forró formadas por jovens que nunca viram um mandacaru de perto vendem mais discos do que astros da MPB e têm cachês tão polpudos quanto veteranos do rock nacional. O maior fenômeno do forró moderno leva o nome de Falamansa. É um grupo formado por um ex-estudante de marketing da Universidade Mackenzie, em São Paulo, que já vendeu 2 milhões de discos em cinco anos de carreira. Mal tinha gravado o primeiro CD, o grupo teve uma música escolhida para embalar o comercial de lançamento do Mercedes-Benz Classe A, em 1999. "Eles usaram o forró para dar uma cara bem brasileira para o carro", diz Fábio Cruz, empresário do grupo e irmão do dono da idéia, o vocalista e violonista, Ricardo Cruz, o Tato. Resultado: 1,5 milhão de cópias vendidas do primeiro CD, "Um dia perfeito". A conquista garantiu a melhor vendagem da extinta gravadora Abril Music. Hoje, o Falamansa se popularizou e faz sucesso entre as classes C e D. Seu som continua como trilha de comerciais de TV, agora com a Telesena no SBT. Os números continuam graúdos: 14 shows por mês, a um cachê médio de R$ 30 mil por apresentação. "A banda saiu do circuito universitário e ganhou a estrada. Hoje a maior parte do nosso público é do interior de Minas Gerais, do Mato Grosso e Paraná", explica Cruz. Mesmo grupos não tão populares como o Falamansa, mas muito admirados, experimentam as vantagens da fama. "A tendência entre os freqüentadores das casas de forró é preferir as bandas mais legítimas, do chamado forró pé de serra", diz Claudia Barbosa, gerente administrativa da KVA, casa de forró em Pinheiros, São Paulo. Entre os preferidos estão o carioca Forróçacana, um dos campeões de lotação. A procura é tamanha que as casas noturnas chegam a disputar a exclusividade dos shows. "O forró tem um apelo que os jovens que só iam a show de rock não conheciam, que é o prazer de dançar colado", explica Fábio Cruz.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.