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Flauta de Ian Anderson disputou espaço com guitarra

Por Agencia Estado
Atualização:

Quando começou a formar sua banda, em dezembro de 1967, Ian Anderson ainda procurava um nome para o grupo. Toda sua experiência residia em tocar jazz, blues e soul music em bares de jazz em Blackpool, para onde seus pais migraram da Escócia, quando ele tinha apenas 12 anos. Muitos nomes foram testados, como Navy Blue e Bag of Blues. Demorou para chegarem a Jethro Tull, nome de um pioneiro da agricultura do século 18. E ainda assim escreveram o nome errado na primeira gravação da banda, em fevereiro de 1968: Jethro Toe. Em junho, durante uma temporada no Marquee Club de Londres, os empresários do grupo, Terry Ellis e Chris Wright, tentaram fazer com que Anderson parasse de tocar sua flauta como frontman do grupo, dando lugar ao guitarrista Mick Abrahams. Eles não cederam - se tivessem cedido, perderiam seu único diferencial e marca registrada em relação às bandas de rock da época. Mesmo assim, Abrahams não gostou da decisão e, alguns meses depois, deixou o grupo para fundar o Blodwyn Pig. Em dezembro, o grupo participa do especial Rock´n´Roll Circus, com os Rolling Stones, gravação que só reapareceu recentemente. Naquele período Tommy Iommi, do Black Sabbath, e Davy O´Nice, do Nice, eram músicos interinos da banda, antes de Martin Barre assumir o lugar que é seu até hoje. Em 24 de janeiro de 1969, eles começaram a conquista da América fazendo shows no Fillmore East de Nova York, dividindo o palco com ninguém menos que o Led Zeppelin. No mês seguinte, os parceiros de noite eram o Creedence Clearwater Revival e o guitarrista Santana. Até o início dos anos 70, o Jethro Tull viveu uma lua-de-mel com crítica e público. No disco Stand Up, Anderson meteu-se a fazer arranjos para uma música de Bach e todo mundo achou lindo. Em 1970, o grupo tocou para 200 mil pessoas em Byron, na Georgia dividindo a cena com Jimi Hendrix, B.B. King, Johnny Winters e outros. Em novembro daquele mesmo ano, Anderson organizou um concerto beneficente no Carnegie Hall, na presença do duque e da condessa de Bedford. A renda reverteu em benefício de um centro de reabilitação de dependentes de drogas de Phoenix, Arizona. Mas, em 1973, as coisas mudaram um pouco. O novo disco, A Passion Play, foi recebido com frieza e escárnio pela crítica. Anderson ficou magoado e suspendeu uma turnê, alegando "abuso crítico". Depois, disse que aquilo tudo foi um grande mal-entendido. Em 1976, ele fez uma música que muita gente pensou que era uma espécie de carta de despedida, Too Old to Rock´n Roll, too Young to Die (Velho demais para o rock´n´roll, jovem demais para morrer). Não era, como estão vendo. Este ano, completamente adaptado à nova ordem, o Jethro Tull lançou o disco j-tull.com. Anderson é um flautista que semeia rock de olho no futuro.

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