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Festival quer tirar e-music dos guetos

O Hype, que começa hoje, quer dar à música eletrônica uma vitrine maior. No total, o evento, que homenageia o maestro Rogério Duprat, vai reunir 23 atrações

Por Agencia Estado
Atualização:

Se há segmentos da música eletrônica que fazem de tudo para mantê-la nos clubes e nas raves, há outra vertente que busca evidenciá-la aos olhos do grande público. É com essa postura que o Sesc Pompéia dá início hoje, a partir das 21h, ao Hype - Festival de Música e Cultura Eletrônica, que vai até quarta-feira (sem apresentações no domingo e segunda) da próxima semana. São 23 atrações do genêro, entre brasileiros e estrangeiros que montam seus sets, além das oficinas musicais e apresentações de videoclipes que o Sesc organizou. Para abrir o evento, a organização do Hype produziu a noite Avant Garde, onde se apresentam os franceses Kid Loco e Olaf Hund, ambos com formação acústica, mas que enveredaram pela trilha do eletrônico. No dia seguinte e no sábado, o festival dedica-se exclusivamente à MEB (música eletrônica brasileira) apresentando 19 nomes nacionais, como Telefunken (sexta) e Rebeca Matta (sábado). É também no sábado que o Sesc presta homenagem a um dos arranjadores mais importantes da música brasileira: Rogério Duprat, conhecido por seu trabalho no movimento tropicalista, quando trabalhou com Tom Zé, Caetano Veloso e Alceu Valença, e tem sua obra remixada por Loop B e Anvil FX. "Ele foi o primeiro a misturar o erudito com elementos da cultura popular na música", comenta Loop B sobre Duprat. "O som eletrônico da atualidade passa pelo mesmo processo." Para o DJ, no entanto, não há influência direta do maestro na e-music brasileira da atualidade. "As referências vêm de fora." Mas isso não exclui a presença de samplers brasileiros em produções atuais. "O samba se vira muito bem com tecno e house; já no drum n´bass e no breakbeat dá para trabalhar com baião, maracatu, coco. E a sofisticação da bossa nova combina com a lounge music." Loop B vê o festival como oportunidade de divulgar trabalhos que não ganham espaço em eventos. "Não tocamos no Skol Beats, já que não nos encaixamos nos chavões - house, tecno etc." Estrangeiros - Na terça e quarta, o Sesc reabre seus portões e recebe os nomes mais esperados do festival: a dupla austríaca Kruder&Dorfmeister, fundadores da gravadora G-Stone Recordings, especializada em produções de ponta que incluem traços da black music, do jazz e da bossa nova - trabalho que chamou a atenção de nomes como Madonna, Depeche Mode e Bebel Gilberto, para quem já fizeram remixes. E quem fecha as apresentações nos dois últimos dias é o alemão Rainer Trüby, divulgador da MPB na Europa e um dos favoritos dos austríacos, com quem também se apresenta do Eletronika (que começa hoje em Belo Horizonte). Além da música eletrônica, o Sesc preparou também uma programação paralela que explora outras manifestações dessa cultura, no espaço Internet Livre. No sábado, serão exibidos clipes da produtora Lobo (entre eles Video Computer System, do Golden Shower, sucesso do AMP MTV), às 15h30, e recebe os DJs Gonçalo Vinha e Nuta, que se apresentam com discos de vinil e computador, às 16h30. No dia seguinte, às 15h30, é a vez de Loop B e Théo montarem uma oficina de música eletrônica. Hype - Festival de Música e Cultura Eletrônica no Sesc Pompéia (R. Clélia, 93, tel.: 3871-7700). R$ 20. Hoje, amanhã e sábado, terça (21) e quarta (22), a partir das 21h.

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