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Festival da Globo chega à última eliminatória

Por Agencia Estado
Atualização:

A TV Globo transmite sábado, a partir das 22h40, a última eliminatória do Festival da Música Brasileira, que está sendo realizado há três semanas no Credicard Hall, em São Paulo. Serão apresentadas 12 composições, mas somente três serão escolhidas para participar da final, no próximo sábado. Os ingressos ainda podem ser trocados por 1 quilo de alimento não-perecível ou um agasalho, na UNE (Rua Vergueiro, 2.485), CUT (Avenida Arthur de Queiroz, 720, Casa Branca, Santo André) ou Força Sindical (Rua Galvão Bueno, 782, 9.º andar). Segundo o diretor do programa, Roberto Talma, esse esquema será mudado na finalíssima do sábado que vem: os ingressos serão vendidos. Até este momento, o festival teve um pouco de tudo, desde música regional do norte do País até pop rock mineiro. A primeira noite serviu para desmistificar a idéia de um revival dos antológicos festivais da canção dos anos 60 e 70. Quem procurava isso frustou-se. Dona Ivone Lara foi uma dessas pessoas decepcionadas, conforme declarou: "A animação, o entusiasmo que a gente sentia naquela época não existe mais; antigamente, a gente ficava com aquelas melodias na cabeça e as cantarolava o dia inteiro, de tão boas que eram", disse a compositora. "Mas eu não vi nenhuma eliminatória até o fim, desliguei antes, justamente porque tudo me dava saudade de antigamente." A primeira eliminatória trazia nomes novos e também conhecidos, como Walter Franco e Vicente Barreto, que se desclassificaram. Zen, composição de Walter Franco e Maria Cristina Villaboin, apresentou um dos arranjos mais criativos do festival. Mas o compositor não ficou triste: "É preciso saber perder", disse ele, que participou dos festivais de que Dona Ivone sente saudade. O jovem Fernando Chuí foi um dos finalistas - e o primeiro a arrancar vaias e aplausos do público, num momento em que quase foi prejudicado por causa de uma falha do microfone. O erro técnico acabou por beneficiá-lo. Xi, de Pirituba a Santo André, de Kléber de Albuquerque e Rafael Altério, e Estrela da Manhã, defendida por Mônica Salmaso e de autoria de Beto Furquim, foram as outras classificadas da primeira noite. A segunda eliminatória teve algumas letras e melodias interessantes, mas que não foram bem interpretadas. O primeiro bloco do programa daquela noite (cada noite é dividida em quatro blocos, com três músicas cada) foi o melhor. Nele, estavam as classificadas Show, interpretada por Ná Ozzetti e de autoria de Fábio Tagliaferri e Luiz Tatit, e Eu Só Quero Beber Água, de Moacyr Luz, que contou com o coro das pastoras da Velha-Guarda da Portela. A noite teve ainda grande apelo roqueiro, embora tenha exibido uma amostra pouco talentosa do rock nacional. Morte no Escadão, de José Carlos Guerreiro, classificou-se. A música foi defendida pela banda mineira Tianastácia. Houve também nessa noite um grande fiasco: a estréia da filha de Toninho Horta, Luiza. A menina desafinou ao interpretar a música do pai, O Amor É Pra se Amar. Isso se refletiu na audiência, medida pelo Ibope, que ficou em torno de 14 pontos. Já a terceira eliminatória foi a mais interessante, do ponto de vista jornalístico. O público não concordou com a escolha dos jurados. A noite teve boas composições desclassificadas, entre elas, Bela, Doida e Distraída (Zé Renato e Fausto Nilo), Quando Dorme Alcântara (Tião Carvalho), Terra à Vista (Marco André e Alfredo Oliveira),Valsa em Se (Carlos Henry) e Moleque Tinhoso (Ivan Cardoso). As finalistas foram: Necessidade BásicaM, de Nelson Lemos, Tudo Bem, Meu Bem, de Ricardo Soares, e Bigamia, de Alexandre Lemos e Alfredo Karam. O programa precisou conquistar o telespectador com as atrações iniciais: Cidade Negra e Gabriel, o Pensador. A terceira eliminatória valeu a pena quando Nana Caymmi interpretou Saveiros (Dori Caymmi e Nelson Motta), acompanhada por Ivan Lins. Com essa música, vaiadíssima em 1966, ela ganhou o Festival Internacional da Canção. O programa de sábado terá a cantora Elba Ramalho fazendo o primeiro show, antes da apresentação das concorrentes. O grupo de rock Barão Vermelho apresenta-se no início do segundo bloco e compositor Lenine no terceiro. O pocket show final trará todos juntos no palco. As 12 composições que concorrem amanhã são: O Abacate (Paulo Leonel e Lula Ferreira), Brincos (Amauri Falabella), Pra se Juntar a Nós (Carlinhos do Cavaco e Nilson Pinheiro), Tempo das Águas (Bilora), Imaginária (Suely Mesquita e Mario Sve), Cansaço (Pedro Castello), Moleque Marraio (Felipe Radicetti e Marcelo Biar), Desde o Primeiro Dia ( Chico Pinheiro e Guile Wisnik), Um Chorinho em Mente (Laerte Freire), No Fundo (Claudia Novais), Minha Mãe (André Radhamés) e Fogueira (César Nascimento).

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