Fatboy Slim faz homenagem à música brasileira

Artista, que volta ao País para shows, lança o disco 'Bem Brasil'

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Por Redação
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LONDRES - Norman Cook, ou Fatboy Slim como é conhecido, é o DJ internacional que mais caiu no gosto do público brasileiro nos últimos 15 anos. Desde que realizou sua festa na Praia do Flamengo, com público recorde de 360 mil pessoas em 2004, ele carimba o passaporte ao menos três vezes por ano no País, se apresentando em todos os lugares: do Big Brother até o carnaval de Salvador. Hoje, aos 50 anos, ele confessa que a vida é muito mais fácil "quando você não trabalha bêbado e não faz festa por dois dias seguidos". Talvez como agradecimento, seu novo disco homenageia o País. Bem Brasil é dividido em dois álbuns. Clássicos da MPB como O Cavaleiro e os Moinhos, de Elis Regina, ou Toda Menina Baiana, de Gilberto Gil, ou Taj Mahal, de Jorge Ben Jor, estão no álbum mixados por Fatboy e seus colegas. Para mostrar a sua paixão, ele refez um de seus grandes sucessos: Weapon of Choice, em uma versão Olodum. Em entrevista em Londres, antes de seguir para o Brasil, onde fará uma série de shows, ele confessa que se sente mais famoso no País do que na Inglaterra e concorda com as manifestações contra a Copa, "se não houver violência".A música-tema da Copa no Brasil este ano é apresentada por Jennifer Lopez e Pitbull, além de Cláudia Leitte. Qual é a sua opinião? Acho que essa música é algo corporativo, que nada tem a ver com o Brasil. Encorajo os brasileiros a desligar a TV durante os intervalos dos jogos e ouvir a música nacional. Não quero atacar a Fifa. Eu também sou gringo, como eles, mas acho que o Brasil merece algo melhor.É verdade que você é mais famoso no Brasil do que na Inglaterra? Sim. Sou mais reconhecido no Brasil. Mas é bom poder andar nas ruas na Inglaterra e não ser incomodado. No Brasil, é mais difícil. O problema é que não falo português.A que você atribui a fama que tem no Brasil? Começou com o show na Praia do Flamengo, que atraiu mais de 300 mil pessoas e foi transmitido pela TV. Acho que fiquei famoso em uma época que havia uma cultura de DJs superestrelas. Não sei por que, mas o Brasil me adotou. Deve ser por que gostamos das mesmas piadas e dos mesmos ritmos. A música brasileira é a trilha sonora da celebração. Os brasileiros usam música para celebrar em vez de protestar. E minha música é feita para sorrir e celebrar.Em seu novo álbum há clássicos da MPB, mas não há novos artistas e gêneros. Alguns gêneros não iriam ter apelo para o grande público, como o funk. A gravadora me deu carta branca para misturar os ritmos que eu quisesse, mas eles queriam que tivessem apelo no restante do mundo.

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