PUBLICIDADE

Fãs sustentam êxito comercial do Legião Urbana

Por Agencia Estado
Atualização:

Com mais de 1 milhão de cópias vendidas do CD Acústico Legião Urbana, lançado no ano passado, a banda prova que conserva um fôlego comercial de dar inveja. Os fãs continuam a mutiplicar-se e reverenciam a memória de Renato Russo com uma devoção quase religiosa. O bancário carioca Maurício Castro, morador do bairro de São Cristovão, é uma eminência parda no quesito devoção. Dono de um dos maiores e mais raros acervos legionários do Brasil, Castro orgulha-se em dizer que ultrapassou a condição de fã para tornar-se amigo do ídolo. "Conheci o Renato em 1986, quando ele ainda morava com os avós na Ilha do Governador e tivemos uma empatia muito grande", diz ele, que tem 108 fitas cassetes com entrevistas de rádio e shows do grupo, 43 fitas VHS com participações da banda na TV e 8 pastas repletas de material impresso. Além disso, o acervo é composto por "conversas-entrevistas" com o músico registradas pelo próprio Castro e cartas manuscritas. "Tem uma delas em que o Renato me indica a leitura de Oscar Wilde." Castro acompanhou de perto os altos e baixos existenciais de Renato Russo. "É claro que ele tinha um temperamento difícil, às vezes ele nem atendia a porta quando ia visitá-lo", lembra. "Mas, em momentos de alegria, era a pessoa mais amável do mundo." O músico Nem Queiroz, morador do bairro do Caju, no Rio, não conviveu diretamente com Renato Russo, mas o tem em alto posto de idolatria. Queiroz lidera a banda Real Sociedade, cover do Legião. "Tenho uma aparência física que lembra muito a do Renato", diz Queiroz, ostentando óculos de aros finos. A banda, há 8 anos na estrada, além de reproduzir com certa fidelidade as músicas e a mise-en-scène da banda de Brasília, arrisca-se em composições próprias como O Processo, Retrato de um Jovem Desconhecido e A Pátria. A influência legionária é gritante. "Isso tornou-se um estigma, mas não me incomoda; afinal, ser comparado ao Legião é um grande orgulho", diz Queiroz.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.