PUBLICIDADE

Fãs acampam há um mês em frente ao Anhembi para ver Britney Spears

Pessoas de vários Estados aguardam show da cantora que se apresenta pela primeira vez em São Paulo nesta sexta-feira, 18

Por Aline Nunes
Atualização:

“Kevin, sai do meio da rua e vem aqui para dentro”, pede Willian Alexandrino, de 24 anos. O cachorro obedece e corre para dentro de uma barraca, coberta por uma lona de 20 metros quadrados. Há um mês, o portão 25 da Arena Anhembi, em São Paulo, tornou-se a segunda casa do analista de mídias sociais Willian. Uma residência com direito a comida, aparelhagem de trabalho – com notebook, celular e tablet – e até um cãozinho de estimação, o Kevin. Ele é um vira-lata, batizado pelo rapaz e uma turma de 19 amigos, loucos pela cantora Britney Spears, que se apresenta hoje, pela primeira vez em São Paulo, na Arena Anhembi, com a turnê mundial Femme Fatale. “Como Kevin era o nome do ex-marido dela (Kevin Federline), escolhemos esse nome”, conta Willian. Willian e a amiga de alojamento Cristina Narkus, de 27, foram os primeiros a chegar à fila de São Paulo e ainda estavam entre as 20 mil pessoas que assistiram a uma hora e meia de show da cantora no Rio, na terça-feira. Então, por que ver o mesmo show de novo? “Porque quando ela veio ao Rock in Rio (em 2001, a única vez que Britney esteve no País), eu quis muito ir, mas era menor de idade, meus pais não deixaram e eu não tive coragem de fugir de casa”, conta, aos risos, a comissária de bordo Cristina. Mas escutar duas vezes playback? “Sim.” Essa é a resposta unânime dos fãs. “A gente sabe que ela faz playback. E daí? No Rio, ela interagiu com a plateia como ninguém”, defende o estudante Matheus Alves, de 19 anos, de Belo Horizonte. Alexandre Souza, de 25 anos, também não liga. “Eu só quero tentar ficar pertinho dela”, diz. Por isso, ele está acampado no Anhembi desde o início do mês. Para ter a melhor vista, os seguidores topam tudo. “Já me ofereceram R$ 800 pelo meu lugar”, conta Willian, que não cedeu. Os discípulos são muitos. Em cada uma das 15 barracas que cercam o Anhembi aloja-se um grupo de 20 pessoas. Tem fã de todos os Estados. “No trabalho, eu disse que estou com uma virose”, diz Felipe Melgaço, de 19, vindo de Fortaleza.

PUBLICIDADE

A balzaca Britney Mesmo acumulando uma longa lista de escândalos – em 2007, Britney começou a frequentar badalações com a socialite Paris Hilton, se envolveu com drogas, ficou careca e agrediu um fotógrafo brasileiro –, a cantora mostra que realmente tem um público fiel. Um grupo de apaixonados que carrega um baú de lembranças dela. Para eles, Britney sempre será a menina doce que, em 1991, surgiu no Clube do Mickey, chegou a ser cotada como substituta de Madonna e, de 1998 a 2002, sustentou um relacionamento perfeito com Justin Timberlake, quando ele era vocalista da boyband N’Sync. Na época do namoro, ela se dizia virgem. Os títulos e premiações, de fato, fizeram de Britney uma estrela. Em 2003, a cantora até ganhou uma estrela na Calçada da Fama, em Hollywood. Britney estourou em 1999, com o álbum de estreia, Baby One More Time, que vendeu 25 milhões de cópias. Os hits Baby One More Time, Oops!…I Did It Again e I’m A Slave 4 U caíram no gosto do público e ela tornou-se a princesinha do pop. É a terceira artista que mais vendeu álbuns nos anos 2000, com mais de 100 milhões de cópias vendidas na década, sendo 40 milhões com seus três primeiros álbuns: Baby One More Time, Oops!…I Did It Again e Britney. A fila de títulos não para por aí. Ela é ainda a única cantora a ter seus sete álbuns consecutivos estreando no Top 5 da Billboard 200. Em 2007, porém, os escândalos ofuscaram todo esse brilhantismo. Britney perdeu o controle e ainda fechou o ano com uma apresentação constrangedora no VMA, onde lançava o quinto álbum, Blackout. Ainda assim, em meio a uma briga para voltar a ter o corpo enxuto, ela deu a volta por cima. Blackout, segundo enquete feita no site da Billboard, foi eleito o melhor álbum daquele ano. Ainda assim, há quem diga que, beirando os 30 anos, a serem completados no próximo dia 2, Britney já não canta mais, tampouco exibe a boa forma de antes. A mãe de Sean Preston, de 6 anos, e Jayden James, de 5, porém, parece não se importar com isso. No lançamento do sexto álbum, Circus (2009), ela disse à Rolling Stone que hoje se sente “uma velha”. “Vou para a cama às nove. Sou uma velha caquética.” Os brasileiros não ligam. “Ela dança é muito”, diz Willian.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.