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Falhas na organização tumultuam Free Jazz

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma novidade não muito bem-vinda marcou a segunda noite da 15.ª edição do Free Jazz Festival, no Jockey Club de São Paulo: a superlotação e uma certa bagunça. Os shows dos grupos eletrônicos, Moloko e Leftfield, receberam mais gente do que o estimado inicialmente, o que causou alguma confusão entre seguranças e espectadores e diminuiu o conforto de edições anteriores. As filas no banheiro podiam demorar até meia hora. Integrantes da produção dos shows informaram à reportagem que a causa do grande afluxo de público podia ser um derrame de ingressos falsos, mas a organização do Free Jazz Festival negou a informação. Outra explicação, levantada por espectadores, foi uma falha de segurança: as pessoas estavam passando as pulseiras de controle para outras pessoas fora da tenda Main Stage, onde se concentrou o problema. Os problemas estenderam-se à área de convivência do festival, o chamado Village, espaço no qual apresentavam-se DJs e músicos e eram exibidas imagens numa videowall com 64 monitores. O acesso ao Village era gratuito e o local ficou intransitável. Os transtornos também foram notados do lado de fora do Jockey, onde os flanelinhas e os cambistas atuaram livremente - uma vaga para estacionar o carro custava em torno de R$ 20,00. O estacionamento na área interna do Jockey, que geralmente sempre foram suficientes para o público, lotou pouco antes do show de Manu Chao. DJs e produtores representativos da cena nacional fizeram muito sucesso nas duas primeiras noites do Free Jazz. Eles tocaram no Village, espaço que abrigou a programação paralela do festival, aberta ao público e este ano ampliada para os três dias. Para este domingo, está prevista a apresentação, entre outros, de Thaíde e DJ Hum, que mostrariam faixas do novo álbum Assim Caminha a Humanidade. Entre os famosos que foram ao Jockey - que foram poucos este ano - destacavam-se o cantor Nando Reis, a atriz Marisa Orth e o próprio Moreno Veloso, filho de Caetano, que após o seu show foi assistir ao concerto de Ray Brown, no palco Club. Incansável, Moreno saiu do show de Brown - ao qual assistiu ao lado do diretor-artístico do festival, Zuza Homem de Melo - e foi ao Village ouvir os DJs. E a noite foi longa. A pista superlotada da noite de sábado aguardava ainda o M4J, que entrou bem tarde e tocou até as 5 h. O público, já exausto, acabou ficando privado de três faixas do set list: Macumba, a mais conhecida do novo CD, mais D. Smoke e Capoeira, do álbum anterior. O Village não foi um investimento de "fachada" do Free Jazz. O show do M4J, um dos grupos de ponta das pistas nacionais, é completamente novo e inspira-se no álbum Folklore Nuts, que saiu há um mês com a inédita mistura de tecno e house com baião, forró e macumba. Esta edição do Free Jazz tem sido marcada por cenas inusitadas, como a fila para o show do Sonic Youth, na sexta. Teve gente que chegou um dia antes, o que não havia sido registrado em edições anteriores do festival.

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