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Evanescence fará turnê de quatro shows no Brasil

Amy Lee fala ao Estado sobre a primeira temporada do grupo no País

Por Agencia Estado
Atualização:

A deusa gótica do metal melódico está feliz e saltitante. Amy Lee, vocalista e líder do grupo americano Evanescence, em vez de andar (como de hábito) com uma nuvenzinha negra e cheia de trovões na cabeça, está vendo tudo brilhante e perfumado. "Estou noiva", ela confidencia ao repórter, falando por telefone, num dia frio e de vento enregelante em Manhattan. Depois de um namoro sofrido e público com Shaun Morgan, da banda de heavy metal Seether, e de um rompimento também dramático, a cantora está de casamento marcado com um certo Josh, que não é de sua banda. É embrulhada nesse espírito solar que a fantasmagórica cantora de 25 anos, cujo visual dark é típico da Wandinha da Família Adams, branquinha e de juba negra, desembarca no Brasil nos próximos dias, para o primeiro show do fenômeno Evanescence. A turnê brasileira é extensa: quatro cidades brasileiras vão assistir pela primeira vez à intitulada EV World Tour: Porto Alegre, no Ginásio do Gigantinho, dia 17; dia 19 em Curitiba, na Pedreira Paulo Leminski; no dia 21, em São Paulo, no Parque Antártica; e fechando a passagem da banda pelo País, dia 22 no Rio, no Riocentro. Desde 2004, quando tocaram no Rock in Rio Lisboa, ouvem-se notícias sobre a vinda do Evanescence ao Brasil, mas eles nunca vieram. Amy Lee diz que não foi por falta de vontade. "O que aconteceu foi que nós tiramos um ano e meio de descanso. Estávamos exaustos, muito cansados naquela época, embora muito excitados com a idéia de vir para a América do Sul, mas fisicamente estávamos acabados. Depois, começamos a trabalhar nas novas composições e aí ficou um tanto difícil. Mas o importante é que agora estamos a caminho, e vai ser uma grande festa." O Evanescence é um dos maiores fenômenos recentes na história do rock. Seu disco de estréia, Fallen, de 2003, vendeu absurdos 6,5 milhões de cópias nos Estados Unidos e 15 milhões no restante do mundo. Ganhou dois prêmios Grammy e projetou o grupo em todo o planeta. Baladas dramaticíssimas, guitarras de heavy metal, corpetes pretos da era vitoriana, saiotes de tule: a fórmula foi copiada à exaustão por meninas do mundo inteiro. No Rock in Rio Lisboa 2004, era impressionante a legião de camisas pretas que invadiu o Parque da Bela Vista, em Lisboa, para acompanhar as baladas bruxuleantes que Amy canta, algumas acompanhando-se ao piano (ela estudou piano clássico durante uma década). A banda chega a bordo de um novo álbum, The Open Door, gravado em Los Angeles e lançado em outubro do ano passado. Mas ela não considera que The Open Door vá manter escancaradas a porteira do êxito para o Evanescence. "É impossível fazer aquilo de novo. É algo que acontece uma vez na vida, por uma conjunção de fatores. Mas foi o sucesso de Fallen que nos permitiu fazer The Open Door com tanta liberdade artística. Eu não acho que seja necessário chegar sempre a tanta gente. O que estamos tentando é manter a fidelidade aos princípios daquele disco, o que está sendo feito". Mudanças Nesses quatro anos de carreira, muita coisa aconteceu na vida da cantora. A mais tablóide de todas foi a acusação que ela sofreu do seu ex-empresário, Dennis Rider, que pedia indenização por quebra de contrato. A cantora não perdeu tempo em contra-atacar: foi à Justiça contra Rider, acusando-o de assédio sexual. O tema aparece até mesmo, subliminarmente, em uma das canções do novo disco, Snow White Queen (Rainha Branca de Neve): "Você me pertence/Minha rainha branca de neve/Não há para onde correr, então deixemos isso acontecer/Breve você saberá/Que é igual a mim/Não grite mais, meu amor, porque tudo que quero é você." A cantora só fica menos sorridente na entrevista por telefone quando o repórter lhe pergunta sobre o assunto. "Acabou. Não falamos mais a respeito", ela diz apenas. "Mas quem ganhou na Justiça?". "O que posso dizer é que está tudo OK agora", diz apenas Amy Lee. Em 2004, o repertório do show do Evanescence tinha 14 músicas e, obviamente, privilegiava um disco só: My Immortal, Bring me to Life, Zero, Breathe no More e My Last Breath. "Isso agora mudou muito", ela conta. "Agora, nós cantamos todas essas favoritas dos fãs, mas também lados B extras, covers, as canções novas, tudo o que é possível", anuncia a cantora. Nascida Amy Lynn Lee em Riverside, na Califórnia, em 13 de dezembro de 1981 (sintomaticamente, num dia 13), filha da dona de casa Sarah Cargill e de John Lee, um disc-jóquei, Amy tem três irmãos. Ela cresceu em Little Rock, Arkansas, onde conheceu o parceiro com quem iniciou a banda, o guitarrista Ben Moody, que deixou o grupo em 2003 alegando "diferenças criativas". Segundo algumas biografias, o início foi como uma banda de gospel cristão, mas Amy nega essa origem. "Não sou católica. Essa história tem sido espalhada há muito tempo, contra nossa vontade. Nós estávamos num meio de jovens cristãos, mas a banda não cantava coisas temáticas", disse. Ela também não quis comentar sobre as novidades que vê no mundo do pop rock. "Não presto tanta atenção, e ouvi pouca coisa nova nos últimos tempos." Os quatro companheiros de Amy no Evanescence são o baterista Rocky Gray, os guitarristas John LeCompt e Terry Balsamo (também parceiro em composições do disco) e o baixista Tim McCord (que entra substituindo Willy Boyd, que era amigo de Amy desde o primário e saiu logo depois da gravação do disco). Evanescence em São Paulo: Estádio Palestra Itália. Rua Turiassu, 1.800. Dia 21/4, 21 h. R$ 60 a R$ 180. Ingressos pelo tel. (11) 6846-6000. Locais de venda: Citibank Hall, Teatro Abril,Fnac, Saraiva Mega Store e Siciliano. Menores de 16 anos só acompanhados de pais ou responsáveis

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