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Estátua de Pixinguinha é recuperada após 8 anos

Feita por Elifas Andreatto, a obra foi perdida em São Paulo, achada por uma menina de rua e restaurada para ser exposta, a partir de hoje, no Teatro Clara Nunes, no Rio

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma escultura do músico Pixinguinha, feita por Elifas Andreatto e dada como perdida há oito anos, será colocada hoje no Teatro Clara Nunes, na Gávea, zona sul do Rio, na abertura dos shows de lançamento das partituras da coleção Princípios do Choro. Com a obra de Andreatto, há agora duas estátuas do compositor de Carinhoso na cidade. A outra o reproduz com 2 metros de altura, tocando seu saxofone e fica no centro, em frente ao bar que ele freqüentou até morrer, há 30 anos. Esta o traz sentado numa meia lua, em tamanho menor que o natural. Durante os recitais de choro, a escultura ficará no palco, mas no resto do tempo deve permanecer no saguão do teatro. A obra, em fibra de vidro, foi criada para o bar Vou Vivendo, reduto da música popular brasileira em São Paulo nos anos 80 e 90. "Sua viagem até o Rio é uma peripécia", diz o poeta e produtor cultural Hermínio Belo de Carvalho, responsável pela transferência. "Quando o bar fechou, saímos bêbados, em procissão, carregando a estátua" conta. Ele e os amigos, porém, não se lembram onde deixaram a obra. "Ela ficou perdida até ser descoberta por uma ex-menina de rua, Esmeralda, num lixão, e virar o ?preto velho? dela. Mas ninguém sabia sua origem. Quem a descobriu foi a jornalista Carol Costa e nós a trouxemos ao Rio, para restaurá-la." O Teatro Clara Nunes foi escolhido para abrigar a escultura por ter sido criado pela cantora, morta há 30 anos, para receber shows de música brasileira. Hoje, é administrado pelo viúvo dela, o compositor Paulo César Pinheiro, e pela atual mulher dele, Luciana Rabello, que toca cavaquinho e dirige uma gravadora especializada em choro, a Acari. "Vamos retomar o projeto de música", afirma Luciana. "De início serão cinco recitais com as músicas do disco e depois virão outros artistas."

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