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Érika Machado mostra sua delicada sonoridade no Studio SP

A cantora e compositora mineira, considerada artista revelação de 2006 pela APCA, apresenta na capital paulista, apenas nesta terça-feira, o CD No Cimento

Por Agencia Estado
Atualização:

Eleita artista revelação de 2006 pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), a cantora e compositora Érika Machado, de 29 anos e mineira de Belo Horizonte, volta nesta terça-feira a São Paulo trazendo na bagagem seu CD No Cimento (Indie Records). O palco, desta vez, será o do Studio SP, com patrocínio da Natura Musical. No Cimento é oficialmente seu disco de estréia, se considerarmos que o anterior, O Baratinho, fora lançado por conta própria, durante um projeto de intervenção arquitetado por um coletivo de artistas plásticos, autonomeados Novos Utópicos. Formada em Artes Plásticas pela Escola Guignard (UEMG), a cantora participou do projeto de intervenção com esse disquinho (como ela o chama), primeiro, vendendo-o numa barraca de camelô. Não de camelô especializado em artigos piratas, afirma ela em bom mineiro, mas daqueles que compram e vendem CDs Lá ficaram por umas duas semanas, até seus disquinhos serem ameaçados de apreensão. Ela então passou a vendê-los em shows ou na própria casa. "As pessoas pediam, eu ia na gráfica fazer a capa, cortava com estilete... Era tudo ultra-artesanal", lembra. Com a divulgação boca a boca de O Baratinho (grande responsável pela venda de 750 disquinhos), vieram os convites para apresentações. "Eu não considerava essas apresentações como shows, mas espaços para mostrar minhas idéias." Naquele momento, ainda não lhe havia caído a ficha dos rumos que sua carreira estavam tomando. "Foi tudo muito rápido", conta. De repente, ela se viu ganhando festivais de música, um atrás do outro. Suas composições agradavam. Recebeu a visita de um empresário, que sugeriu que ela tentasse financiar seu CD por meio de lei estadual de incentivo à cultura. Tempos depois, conseguiu o patrocínio da Telemig e uma verba de R$ 40 mil. Queria que John Ulhoa, do Pato Fu, produzisse seu CD, mesmo tendo conversado com ele só uma vez. Érika havia entregado O Baratinho a John, por meio do empresário dele, e, num show, parou o músico e perguntou se ele havia gostado do trabalho dela. John não só tinha escutado o disquinho, como sua criatividade havia chamado sua atenção. "Isso me deu coragem: entrei em contato com ele e perguntei se queria produzir meu disco. Ele topou." Uma reviravolta na vida de quem começou, aos 15 anos, a compor as próprias canções, assim que aprendeu a tocar o violão, só porque era mais fácil do que tirar as músicas de outros compositores. Érika chegou a tomar aulas de canto, entre os 14 e 16 anos. "Todo fim de ano, eram realizadas aquelas apresentações para os pais, e eu saía da escola de canto nessa época e voltava depois. Não queria cantar, morria de vergonha." Esse acanhamento perdurou. Até John Ulhoa entrar na história. "Nunca me achei cantora, não dou nem um berrinho e ele me incentivou, dizia que eu tinha um jeito de cantar que era só meu." O músico, experiente, trouxe outras contribuições. Como produtor de No Cimento, o DNA do Pato Fu John Ulhoa é muito presente, principalmente na musicalidade. Mas, como um bom produtor, ele não podou, nem interferiu nas características autorais presentes na obra de Érika. "Minha forma de compor, os acordes de que eu uso, faço com mais mineiridade, porque tenho influência do Clube da Esquina e o Pato Fu não tem essa influência", diz ela. Nem por isso, a parceria entre John e Érika foi conflitante em estúdio, já que a cantora se identifica também com a escola Pato Fu de fazer música. "Além disso, John toca em 80% do disco, não tem como não ter a mão dele, mas tem meu lado também." Com uma sonoridade delicada, e um universo de letras simples e palavras comuns ao cotidiano de Érika, a cantora emplaca uma seqüência de canções bacanas, como As Coisas, a singela Secador, Maçã e Lente, Perna, Óculos de Grau e Enquanto Tudo Acontece, entre outras. Alguém da Minha Família é fruto de uma parceria com John, que se deu ali, no meio do processo de gravação. O músico faz participação especial no show da cantora no Studio SP e, juntos, aproveitam para tocar uma música do Pato Fu, Antes Que Seja Tarde. No fim da apresentação, ela convidará todos a adquirir seu CD, cantando a Sugestiva 20 Reais. Érika Machado. Studio SP. Rua Inácio Pereira da Rocha, 170, V. Madalena, (11) 3817-5425. Hoje, às 22 h. De R$ 10 a R$ 15

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