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ENTREVISTA-Johnny Rivers repete hits e testa fase jazz no Brasil

Por FERNANDA EZABELLA
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Longe dos palcos brasileiros há dez anos, Johnny Rivers volta ao país para cantar seus antigos hits, como "Do You Wanna Dance" e "Baby I Need Your Lovin"', numa maratona de oito shows em sete cidades. Apesar do sumiço no cenário musical nas últimas décadas, o cantor, compositor, guitarrista e produtor norte-americano está gravando um álbum de inéditas, com músicos de jazz, do qual pretende apresentar algumas canções nos shows que começam em São Paulo, dia 8 e 9 de maio. Mas, para os fãs de "Secret Agent Man" e "You've Lost That Lovin' Feelin", ele garante que não os decepcionará. "Vou tocar umas duas novas do meu novo CD que estou trabalhando no momento e, claro, os velhos hits. Vou tocar também aquelas que foram grandes sucesso só ai no Brasil", disse Rivers, 65 anos, à Reuters, explicando que "Do you Wanna Dance" e "It's Too Late" só viraram hits por aqui. Das oito ou nove visitas que Rivers disse já ter feito ao Brasil, sua melhor lembrança é o show gratuito para 70 mil pessoas no parque Ibirapuera, em 1998. "Tenho uma lembrança muito boa daquele show no parque. Era gente a perder de vista, como um oceano", disse Rivers por telefone de Los Angeles. "No dia seguinte, estávamos na capa dos jornais, com uma grande foto do show. Foi inesquecível", disse ele, que afirmou ter visitado o Brasil pela primeira vez em 1966. Rivers é um músico versátil que, embora conhecido pela pegada rock and roll, já gravou discos gospel e de reggae. Ficou famoso nos anos 1960 e 1970, tendo muitos covers entre seus principais hits, como "Memphis", de Chuck Berry, "Pretty Woman", de Roy Orbison, e "Baby I Need Your Lovin"', do Four Tops. Agora, com o lançamento do novo disco previsto para agosto, Rivers envereda para o jazz e promete não regravar sucessos das antigas no novo trabalho. O álbum ainda não tem nome, mas já conta com 13 canções. "Sou um grande fã de jazz. Gosto de ir aos clubes e ouvir os músicos de jazz. Se escuto algum que gosto muito, o convido para participar do meu álbum, vamos ao meu estúdio e trabalhamos. Está sendo um projeto muito legal para mim." Rivers terá ao seu lado um compositor dos velhos tempos, Jack Tempchin, que escreveu para ele diversas canções, como "Swayin' to the Music (Slow Dancin')" e "Learning to Dance". NOSTALGIA DO VINIL Da nova geração, o músico diz que segue as novidades ouvindo rádio no carro e cita John Mayer e Jack Johnson como alguns de seus favoritos atualmente. "Gosto desses caras que estão fazendo essa coisa acústica. E John Mayer tem um som de R&B que eu realmente gosto. É o tipo de música que eu faço", disse Rivers, que também fará shows em Vitória, Porto Alegre, Curitiba, Santos, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Rivers, que chegou a vender 25 milhões de discos nos anos 1960 e ter nove entre as dez músicas da parada Billboard, acredita que antigamente era mais fácil emplacar tantos sucessos, já que hoje há mais concorrência e a Internet. "Nós não temos mais aquela indústria musical. Agora todo mundo faz downloads, roubam as músicas e você não recebe nada por isso", disse, rindo. "Só estou fazendo esse novo disco pela alegria e prazer de gravar e ter novas músicas. Conseguir um distribuidor, você sabe, dá o maior trabalho. Até os Eagles venderam seu novo disco em uma grande cadeia de supermercados aqui, na Wal-Mart. Sabe, não existem mais lojas de música, é terrível." Mas por que então não entrar na onda da Internet? "Mesmo na Internet, é difícil. As pessoas fazem o download, mas eles não pegam o trabalho de arte da capa e tudo aquilo. Não é a mesma coisa", disse. Sua nostalgia vai além do CD, até os tempos do vinil. "Gosto da época quando tínhamos os vinis... Era como comprar um livro assim como a música. Você tinha a capa, as fotos, as histórias. Agora com os CDs é tudo tão pequeno que você mal consegue ler o que está escrito!"

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