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Em SP, o adeus a Paulinho Nogueira

Familiares, amigos e fãs prestaram ontem uma última homenagem ao violonista, morto no sábado, vítima de um enfarte

Por Agencia Estado
Atualização:

Parentes, amigos, fãs e admiradores marcaram presença no Cemitério do Morumby, ontem pela manhã, para prestar uma última homenagem ao violonista Paulinho Nogueira, morto no sábado, vítima de um enfarte. O clima de adeus foi marcado pela presença de artistas e nomes importantes, que ressaltaram a generosidade e o caráter do músico. O cantor Jair Rodrigues destacou o lado musical como "perfeito, ou quase perfeito, porque perfeito só Deus", de Paulinho Nogueira. Mas também enfatizou o descaso que os artistas brasileiros enfrentam. "Perdemos o amigo dos amigos e um grande professor. Vim aqui prestar minhas condolências, mas gostaria de declarar que algo me deixa chateado: nossos artistas só são lembrados quando vão para o fundo da cova. Nossos grandes talentos estão encostados, não têm espaço para se apresentar, ficam esquecidos. Há uma tremenda falta de informação sobre nossos cantores e músicos. Um cantor quer cantar sempre, temos gente boa que tem muito o que oferecer e estão paradas. Essa é a causa da morte de nossos artistas. As pessoas precisam acordar para essa situação!" Em um tom mais ameno e muito emocionada, a filha Julia Nogueira, pretende dar continuidade ao trabalho de seu pai. Paulinho iria começar a gravar um CD com músicas de Tom Jobim. "Como ele ainda iria começar a gravar, não temos material para o CD, mas vamos procurar algumas gravações e outros trabalhos inéditos. Ele já havia feito o arranjo para Luíza, pretendemos dar seqüência a tudo isso." Julia conta que seu pai, além de um grande músico, era um observador para os novos talentos. "Ele era uma pessoa de absoluta sensibilidade e sempre atento aos tesouros nacionais. Um pai querido, presente, um marido maravilhoso. Uma pessoa honesta, amante da natureza - graças aos esforços dele, o Parque da Água Branca, na Barra Funda, não se transformou em um shopping. Ele também tinha muitos amigos." Uma grande amiga é a cantora Alaíde Costa, uma parceira de canções de longa data. "Eu o conheci em 1960. Fui uma das primeiras a gravar composições dele. Éramos muito amigos. Dei o nome do primeiro filho em homenagem a ele. A ligação era muita forte, sofro e sei que vai demorar muito tempo para me acostumar com a idéia de que perdi um grande amigo."

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