Em março, a diva neo soul inglesa Joss Stone aterrissa de novo no Brasil. Mas dessa vez traz uma tremenda novidade na bagagem: uma canção novíssima em homenagem ao País, composta no Brasil - e que integrará seu próximo disco, Water for Your Soul, a ser lançado no ano que vem.
O disco tem tempero jamaicano, como ela contou ao Estado em entrevista por telefone, na manhã de ontem, desde Londres. Mas não é só. “É soul music, claro. Tem muitos elementos de hip-hop e influência do reggae. Mas há também muitos outros estilos diferentes. Há uma batida brasileira numa canção nova chamada Answer. É que passamos muito tempo no Brasil, e acabou que seu País me influenciou ao ponto de escrever essa música, especialmente na batida”, afirmou a cantora.
“Damien Marley foi quem deu a ideia inicial desse disco. Acabamos compondo algumas músicas juntos para o novo álbum e ele é bacana, é um músico inspirador”, ela revelou. Outro músico com o qual colaborou recentemente foi o guitarrista Jeff Beck, com quem gravou a canção No Man’s Land, um libelo contra os perigos da guerra. Também lamentou a morte do soulman Bobby Womack, de quem reconhece o DNA pioneiro, mas diz que não foi próxima do cantor.
Turnê. Joss Stone faz três shows no País em março, em São Paulo (11 de março, no Citibank Hall), Brasília (dia 13) e Recife (dia 15). Ela diz que “não pode responder” quantas das canções novas vai apresentar no show, porque isso não depende dela. “Tenho de sentir a plateia, sentir o que eles sentem, o que querem. Nunca consigo dizer o que vou cantar antes disso”, explica.
A turnê que Joss carrega por aí há três anos e continua levando pelo mundo chama Total World Tour, e a pretensão não é pequena: ela quer ir a lugares onde as turnês jamais passam. “Nenhum país é mais importante que o outro”, ela diz. “O título da turnê é muito literal, e eu geralmente sou muito literal na minha vida. Sabe quando você diz que vai fazer algo e você faz? Quando eu digo azul, não aceito rosa.”
O lugar mais ermo que ela já passou nessa turnê foi o Lesoto, um pequeno principado encravado na África que sofre com problemas crônicos de aids entre a população. “Foi maravilhoso, foi diferente de tudo que eu já tinha feito”, disse a cantora, que atendeu a um pedido de uma instituição de caridade que atua naquele país capitaneada pelo Príncipe Harry e pelo príncipe do Lesoto (que é um reinado). “Muitas ações de caridade em que a gente entra parecem metas impossíveis de serem alcançadas, mas essa do Lesoto vejo como exequível. Dá pra ver a luz no final do túnel.”
“Honey, eu não me importo onde é que vou cantar”, ela disse languidamente, ao ser perguntada se não é estranho ir cantar no Rock in Rio de novo, só que dessa vez em Las Vegas, nos Estados Unidos, em maio. “Não julgo os locais onde toco. O Rock in Rio tem me dado oportunidade de cantar para as pessoas, e é isso que eu valorizo. Vou continuar a aceitar e a dizer a eles: muito obrigada.” JOSS STONECitibank Hall. Av. das Nações Unidas, 17.955, Santo Amaro, 4003-5588. Dia 11 de março, às 21h30. Ingressos: R$45 a R$400.