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Em 'Eu', Héloa faz contraste interessante entre São Paulo e Sergipe

Cantora usa e abusa da dança como parte complementar de seu trabalho

Por João Paulo Carvalho
Atualização:

De voz quente e sotaque forte, Héloa chega ao local da entrevista, um parque na zona oeste de São Paulo, trajando um leve vestido florido. A roupa cai como uma luva para a abafada tarde de outono. A cantora nascida em Aracaju, no Sergipe, e radicada na capital paulista há alguns anos, fala sobre Eu, seu disco recém-lançado, com bastante desenvoltura e propriedade. “Minhas canções abordam os prazeres da liberdade de estar em todo e qualquer lugar sem se esquecer jamais das minhas raízes nordestinas. Isso ainda é muito forte dentro de mim”, conta.

Lançado pela YBMusic e produzido em São Paulo por Daniel Groove e João Vasconcelos, o álbum de 10 faixas explora as diferentes faces de uma artista contemporânea, capaz de se reinventar a cada minuto. Tudo isso porque, além de cantora, Héloa é compositora, atriz e bailarina. A presença da dança em sua arte fica evidente quando ela sobe ao palco. No show de lançamento do trabalho, em fevereiro, no Itaú Cultural, no centro de São Paulo, a jovem teve uma performance bastante intensa. “É justamente no palco que eu me solto, sinto e interpreto cada canção. Meu corpo é fundamental neste processo. Uma coisa está atrelada à outra, não tem jeito”, complementa. No videoclipe de Calei, primeiro single do disco, por exemplo, isso fica evidente. Héloa explora ainda mais seu lado de dançarina e consegue externar com delicadeza toda a sua sensualidade e empoderamento.

Show. Performance da artista costuma ser intensa no palco. Foto: Gabriela Bilo/Estadão

Além de composições próprias, como a excelente A Avenida (escrita em parceria com o baiano Eduardo Escariz), o trabalho também conta com duas versões da música Caravana, de Geraldo Azevedo e Alceu Valença, e a excêntrica Crua, composta por Otto. Este caleidoscópio sonoro faz um constaste interessante entre o passado nordestino de Héloa e sua nova realidade cosmopolita na capital paulista. “Acho que isso fica evidente no álbum. Trata-se de um autorretrato”, conclui ela.   

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