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Em Belo Horizonte, Roger Waters evita comentários sobre a política do Brasil

Durante a parte brasileira da turnê Us+Them, ex-Pink Floyd colocou o nome de Jair Bolsonaro em lista de "neofascistas", em São Paulo, e homenageou o capoeirista assassinado, Mestre Moa do Katendê, em Salvador

Por Jonathas Cotrim
Atualização:

BELO HORIZONTE - Depois de incluir o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, em lista de “neofascistas” e de homenagear o capoeirista assassinado, Mestre Moa do Katendê, o ex-líder da banda Pink Floyd, Roger Waters, evitou entrar em polêmicas no show em Belo Horizonte. 50 mil pessoas estiveram no Mineirão para ouvir o cantor, que mesmo sem fazer comentários sobre o cenário político nacional, não abandonou o tom crítico de suas apresentações.

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Ao invés de vaias, os mineiros entoaram em diversos momentos gritos de “olê olê olê, Roger, Roger”. Foto: Jonathas Cotrim / Estadão

O repertório do show foi marcado por grandes sucessos do Pink Floyd, como Another Brick in the Wall, Pigs e Wish You Were Here, mas também por novas composições de Waters, como Déja Vu.

Por um breve momento, o tom de protesto dos shows de Roger Waters parecia que se repetiria como em São Paulo e Salvador. Ao cantar Another Brick in the Wall, o compositor levou ao palco algumas crianças vestidas de presidiárias, mas que ao final da música exibiam uma camiseta com “Resista” escrito. O clima provocou uma divisão no público, já que muitos passaram a protestar contra (“Ele Não”) e a favor (“Mito”, “Ele sim”) do candidato do PSL, Jair Bolsonaro. Todas as crianças são moradoras de Belo Horizonte.

O clima permaneceu no intervalo, quando o telão passou a exibir uma série de críticas a líderes mundiais, incluindo o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg. Novamente, foi exibida uma lista com “neofascistas”, citando, por exemplo, os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin. No entanto, no final da lista, no lugar onde antes foi exibido o nome de Jair Bolsonaro, a produção mostrou apenas a frase “Ponto de Vista político censurado”.

Depois disso, o show continuou com diversas críticas a políticos internacionais, principalmente a Donald Trump. Enquanto o ex-Pink Floyd cantava Pigs, o telão exibia imagens ironizando o presidente dos Estados Unidos, junto com diversas frases polêmicas de Trump.

O músico Roger Waters Foto: Radu Sigheti/Reuters

Ao invés de vaias, os mineiros entoaram em diversos momentos gritos de “olê olê olê, Roger, Roger”. O cantor agradeceu “o amor trazido” pelos belo-horizontinos e afirmou ser necessário deixar algo de bom em nosso planeta “para nossos filhos e netos”. O músico também disse que é preciso defender os direitos humanos em todo o mundo. “É algo que todos nós amamos e acreditamos”, afirmou.

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Roger Waters continua no Brasil apresentando a turnê Us+Them. A próxima parada será no Rio de Janeiro, na quinta-feira, 24. O cantor ainda faz shows em Curitiba e Porto Alegre.

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