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Elizeth Cardoso faz 100 anos com pacote digital em streaming

Gravadora Universal junta aos 17 discos autorais e mais coletâneas aos 14 que já eram possíveis ser escutados nas plataformas de streaming

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Por Julio Maria
Atualização:

A migração de uma parte muito considerável da obra de Elizeth Cardoso para o streaming será feita hoje, com a sensibilidade da Universal Music, que reúne alguns de seus principais álbuns. A cantora que o país chamou de “Divina” do início da década de 1950 ao final dos 1970 ganha uma visibilidade enorme e organizada cronologicamente, apesar da carência de informações dos discos, de fichas técnicas a letras de canções, das plataformas. 

Elizeth Foto: PAULO RUBENS FONSECA

O que pode ser curioso é uma observação dentro de três ou quatro meses, aferida pelas próprias companhias de streaming, para saber, afinal, como anda Elizeth nos meios digitais. Quem a ouve no Spotify? Quem a consome no Deezer? A partir de hoje, Elizeth nasce no meio digital para um público que pode ser o mesmo do LP ou não. Seu potencial de renovação será testado agora. Material para isso não falta. A Universal promete 26 títulos da cantora e mais três playlists exclusivas. Serão ao todo 17 álbuns de carreira, um coletivo, um EP com quatro faixas raras e sete compilações. Bom lembrar que já havia 14 álbuns de carreira e cinco coletâneas acessadas nas plataformas. O que ainda falta, uma falta apontada pela própria Universal, são os dois discos gravados com o Zimbo Trio, Balançam na Sucata, de 1969, e É de Manhã, de 1970, prometidos para breve. No mais, a lista da segunda vida de Elizeth, essa que os artistas ganham quando são descobertos pela era digital, inclui Fim de Noite e Naturalmente (de 1958), Magnífica (1959), Elizeth Sobe o Morro (1965), A Bossa Eterna de Elizeth e Cyro (de 1966), A Enluarada Elizeth (de 1967) e, já da reta final, Live in Japan (de 1977), com Barracão, Naquela Mesa, Apelo, É luxo só, Manhã de Carnaval, A Noite do Meu Bem e Última Forma.

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O primeiro álbum do pacote é Fim de Noite, de 1958, editado originalmente no formato de LP de 10 polegadas com oito faixas, trazendo depois, em sua reedição em 12 polegadas, mais quatro canções. Tudo soando em plataformas digitais, em um desses fenomenais encontros de tecnologias. Zuza Homem de Mello chama atenção para um álbum de uma fase em que a cantora ainda estava na Continental, por isso não contemplada no pacote da Universal. Para Zuza, um dos discos mais sublimes é Elizeth Canta Seus Maiores Sucessos, com gravações em 78 rpm dos anos 50, com arranjos de Radamés Ignatali e Tom Jobim, com Ocultei, Canção da Volta, Nunca Mais e Linda Flor. “O álbum tem também faixas de seu primeiro LP, Canções a Meia Luz, um LP de 10 polegadas”, diz Zuza.

Ney Matogrosso fala da Divina com uma ternura na voz quando se lembra de que ela faria, hoje, 100 anos. “O timbre daquela voz, a pronúncia, eu prestava muita atenção a tudo o que ela fazia. Você entendia todas as palavras que ela cantava, e isso é algo que todo cantor tem ou deveria ter.”

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