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Edição de estréia tem clima intimista

Com nova iluminação e lotação reduzida, o Palace sedia 1º Chivas Jazz Festival, de amanhã a sábado, reproduzindo ambiente de clubes famosos de jazz

Por Agencia Estado
Atualização:

Começa amanhã à noite, às 21 horas, com a apresentação da violinista Regina Carter e seu quinteto, a primeira edição do Chivas Jazz Festival, que vai até sábado, no Palace. Às 22 horas, é hora do quarteto de David Murray se apresentar - ele vem com o pianista Dave Burrel, o baixista Ray Drummond e o baterista Andrew Cyrille. Sexta-feira e sábado, estarão no palco do festival o vibrafonista Stefon Harris, o clarinetista Don Byron e o guitarrista Charlie Hunter. Entre os ilustres veteranos estão os saxofonistas Steve Lacy e David Murray e o pianista Mal Waldron. "Não é um festival que aposta apenas no consagrado, mas que ousa e busca apresentar jovens que despontam como as novas revelações do gênero", afirma o organizador do evento, Toy Lima. Para abrigar o evento, o Palace ganhará nova iluminação e terá reduzida a capacidade de público de 1.700 lugares para 1.100. A idéia é reproduzir o ambiente mais intimista de clubes como o londrino Ronnie Scott´s ou o nova-iorquino Village Vanguard. "Uma cidade cosmopolita como São Paulo já merecia há muito um festival como esse, que poderia perfeitamente estar sendo realizado em Londres, Paris ou Nova York", diz Lima, que anuncia também que já fechou a próxima edição do festival, em 2001. Entre os consagrados, a grande atração é de fato o saxofonista Steve Lacy, 65 anos. Contam que ele chegou a influenciar John Coltrane na escolha do sax soprano como instrumento pessoal. Vive na Europa desde os anos 60 e tem uma folha corrida que inclui apresentações com Gil Evans e Thelonious Monk. Mas a curiosidade maior recai sobre os novíssimos. A pianista americana Geri Allen , aos 43 anos, considerada uma das maiores expressões do instrumento no jazz atual, chega com modéstia e vontade. Disse à reportagem que seu parceiro no show, o cantor Andy Bell, pretende incluir Milton Nascimento no seu repertório. Seu marido, o trompetista Wallace Roney, já esteve no Brasil duas vezes e ela sempre quis vir. "Levei muitos anos para ser o que sou e ainda estou aprendendo", ela afirmou. "Acho que não cheguei a lugar algum, estou sempre em busca de saber mais, conhecer mais, aprender, crescer, tornar-me uma musicista cada vez melhor". O clarinetista Don Byron já é tido como um veterano pelo circuito de jazz americano. É considerado um sucessor à altura de Benny Goodman. É versátil e ao mesmo tempo criterioso: já fez trilha para o desenho animado Tom & Jerry e para filme de Paul Auster. "Porque acredito que fazer música é uma coisa progressiva, cumulativa, que incorpora a experiência e não importa quão velho você é", observou Byron. Já a violinista Regina Carter, que abre a jornada amanhã à noite, ocupa-se em mostrar que o violino não é um instrumento exclusivo da música erudita. "O jazz me seduziu pelo sentido de liberdade, tanto na improvisação quanto na composição", contou Regina. Ela chega ao Chivas Jazz Festival com um disco novo na bagagem, que acabou de gravar com uma banda de nove músicos - entre eles, o saxofonista James Carter. "Aí no Brasil eu vou mostrar uma mistura de músicas de diversas partes do mundo: afro-cubana, americana, brasileira, baladas."

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