Echo & The Bunnymen fazem show hoje em SP

Banda de Ian McCulloch traz pela terceira vez ao País seu pop psicodélico. No programa, clássicos como Lips Like Sugar e novidades como Eternity Turns

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Por Agencia Estado
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O cantor e guitarrista Ian McCulloch não mede elogios quando fala do Brasil, país que passou a visitar com certa freqüência desde o final dos anos 80. "É o melhor futebol do mundo." "É meu lar espiritual." "É a terra da caipirinha, precisa dizer mais?" Ian McCulloch é o frontman da banda oitentista Echo and The Bunnymen, que se apresenta hoje e quarta no Credicard Hall para um público que não tem a menor dúvida: o pop rock psicodélico dos Bunnymen jamais foi igualado desde que surgiram para o mundo, em 1978, em Liverpool. No dia 31, eles estarão no ATL Hall, no Rio de Janeiro. "Adoro quando ando pelas ruas de São Paulo e alguém me reconhece e grita: Hey, Mr. Lips!", disse McCulloch, em entrevista por telefone ao Estado, há alguns dias. Ele se refere à identificação do público com uma de suas músicas mais conhecidas, Lips Like Sugar. É a terceira vez que o Echo vem ao Brasil. A primeira foi em 1987 e quem viu aquele show diz que foi o melhor de uma década. Ian saiu do palco direto para a noitada no Rose Bom Bom, clube que desapareceu. Quando voltou, em 1999, já chegou perguntando se ainda existia o Rose Bom Bom. Tocou no Via Funchal e saiu dali direto para uma danceteria na Vila Olímpia. No ano passado, veio sozinho e terminou uma noitada fazendo discotecagem no pequeno DJ Club. O lugar é pequeno e apertado e lotou tanto que teve muita gente bonita passando mal no meio-fio da ruela em frente. "Quando começamos, fomos muito influenciados pelos Stooges, por David Bowie, pelos Doors e, claro, pelo Velvet Underground, que é minha banda preferida", conta McCulloch. "Creio que isso nos deu um tipo de compreensão do rock que é entendido pelos fãs, deve ser por isso que ainda estamos na estrada", diverte-se. Recentemente, ele cantou com o Echo em um programa de TV na Bélgica e escolheu justamente uma das canções clássicas do Velvet, Sweet Jane, de Lou Reed. "Uma grande noite, cara!", lembra. Também já regravou, para um filme sobre vampiros adolescentes, um clássico dos Doors, People Are Strange. Essa fé no ideário do rock quase se dissolveu nos anos 90. O Echo and the Bunnymen perdeu o baterista Pete de Freitas, morto em um acidente, e não conseguiu manter-se como um grupo durante algum tempo. Como lembra um jornalista da revista Rolling Stone, também colaborou para aquilo um certo sentimento de inferioridade. "Echo and the Bunnymen não foi a melhor banda indie do Reino Unido (veja os Smiths); não foi o grupo mais bem-sucedido mundo afora (veja The Cure); e também não é o primeiro lugar em sua própria cidade (veja The Beatles)", brincou o redator. Mas como essa divisão do mundo como uma corrida de cavalos, em páreos e barbadas, não interessa muito, o Echo fez a própria história. Em 1997, McCulloch voltou às boas com o guitarrista Will Sergeant (com quem já havia montado o projeto Electrafixion e a quem se credita parte considerável da alquimia pop do grupo, com seu estilo blasé e avesso aos solos). O grupo foi para a estrada novamente e lançou o disco Evergreen. Em 1999, novo álbum, What Are You Going To Do with Your Life? Agora, o motivo é um disco ao vivo e um DVD, lançados recentemente no Brasil, Live in Liverpool (Sum Records). A agenda do redivivo Bunnymen está sempre cheia. No dia 9 de junho, por exemplo, eles são esperados para uma apresentação no Finsbury Park, em Londres, ao lado de New Order, Air e Superfurry Animals. "Desses todos, vou gostar de ver o New Order, que é sempre uma boa performance", diz. McCulloch é uma chaminé em cena. Fuma compulsivamente ("Acho que fumo uns 16 cigarros em cada show", diz) e canta com uma voz poderosa, que parece educada academicamente. "Não estudei canto", conta. "Comecei a aprender comprando discos, ouvindo muita música, e fui alimentado por um cardápio de rock´n´roll básico." Com um estilo melodramático e intenso, McCulloch fez escola no mundo do pop rock. "Você vai navegar no rio dela/Ela vai pedir & você vai dar...", canta ele em Lips Like Sugar. Mas ele parece que só dá certo quando está com seu grupo. Teve uma frustrada tentativa de carreira-solo, a partir de 1988. Live in Liverpool, o DVD e disco, é o repertório que baliza esse show em São Paulo. Nele, o grupo canta os clássicos, como The Killing Moon, The Cutter, Rescue, King of Kings e Lips Like Sugar, mas também material novo, como Super Mellowman e Eternity Turns. Segundo a assessoria de Imprensa da banda no Brasil, o Bunnymen anunciou para 2003 novos DVDs, um deles a ser gravado num show no Royal Albert Hall, em Londres. Echo & The Bunnymen. Hoje e quarta, às 21h30. De R$ 20,00 a R$ 80,00. Credicard Hall. Avenida das Nações Unidas, 17.955, tel. 5643-2500. Patrocínio: Novo Windows XP.

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