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Ecad lança relatório sobre impacto da suspensão de carnaval na indústria da música

Estudo mostrou queda de mais de 60% do previsto para arrecadação de direitos autorais

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Por Redação
Atualização:

O Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) acaba de lançar o relatório O que o Brasil ouve com uma previsão de como a arrecadação e distribuição de direitos autorais de execução pública serão afetadas em mais um ano sem a realização do carnaval no país.

Pipoca da Rainha levou milhares à Rua da Consolação no carnaval de 2020; bloco está entre os que cancelaram desfiles em 2022 Foto: Daniel Teixeira/Estadão - 1/3/2020

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A suspensão da festa e a impossibilidade da realização de eventos e blocos carnavalescos por todo o país por conta do avanço da variante ômicron nos últimos meses deixam marcas em diversos setores da economia como turismo e entretenimento, incluindo a indústria da música, para quem o prejuízo financeiro e cultural será grande, principalmente para aqueles que vivem da música e do direito autoral. 

A previsão do Ecad é arrecadar R$ 6 milhões no período do carnaval, o que representa uma queda de 62% no valor arrecadado em 2020, último ano em que a festa aconteceu, antes da pandemia do coronavírus. Até o final do mês de janeiro, foram arrecadados 41% dessa estimativa, que, de acordo com a área responsável, é referente a eventos já licenciados e pagos previamente, acordos de pagamentos antigos, entre outros tipos de pagamento.

“Em 2022, a folia ainda não voltará a todo vapor no Brasil. Diversas capitais já anunciaram o cancelamento de shows e eventos, o que vai impactar a arrecadação e distribuição de direitos autorais de música. A instabilidade do cenário pode levar a uma arrecadação ainda menor que a prevista no início do ano”, disse Isabel Amorim, superintendente executiva do Ecad.

Escolas paulistanas não desfilam no sambódromo do Anhembi desde o carnaval de 2020; evento de 2022 terá restrições Foto: Taba Benedicto/Estadão - 21/2/2020

A queda na quantidade de eventos e shows previstos para este ano também tem sido grande. Até a primeira semana deste mês, 94 shows e eventos de carnaval estavam cadastrados no Ecad, com previsão de realização neste período. A queda é de 98% se comparado com 2020.

Assim como aconteceu em 2021, a falta de carnaval vai impactar negativamente na renda de compositores, intérpretes e músicos. A previsão na distribuição de direitos autorais este ano é de uma queda de, pelo menos, 50% em comparação aos valores do ano passado, quando os eventos também não foram realizados no país.

As mais tocadas no carnaval

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No relatório, o Ecad também fez um levantamento das músicas mais tocadas nos últimos cinco carnavais, de 2016 a 2020, e as tradicionais marchinhas se destacaram. Em primeiro lugar está Me dá um dinheiro aí, de autoria de Ivan Ferreira, Glauco Ferreira e Homero Ferreira, seguida por Cachaça, dos autores Marinósio Filho, Heber Lobato, Lúcio de Castro e Mirabeau e por Maria sapatão, de autoria de João Roberto Kelly, Carlos, Chacrinha e Leleco.

Confira abaixo a lista com as 10 mais tocadas. O ranking nacional e por estados está disponível no relatório completo, clicando aqui.

  1. Me dá um dinheiro aí, de Ivan Ferreira, Glauco Ferreira e Homero Ferreira
  2. Cachaça, de Marinosio Filho, Heber Lobato, Lucio de Castro e Mirabeau
  3. Maria Sapatão, Carlos, Chacrinha, João Roberto Kelly e Leleco
  4. O teu cabelo não nega, de Raul do Rego Valença, Lamartine Babo e João Valença
  5. Sassaricando, de Mario Gusmão Antunes, Luiz Antonio, Castelo, Candeias Jota Jr.
  6. Mamãe eu quero, de Jararaca e Vicente Paiva
  7. Marcha da cueca, de Celso Teixeira, Carlos Mendes e Livardo Alves da Costa
  8. Saca-rolha, de Zé da Zilda, Zilda do Zé e Waldir Machado
  9. Peguei um ita no norte, de Arizão, Bala, Guaracy, Dema Chagas e Celso Trindade
  10. A Jardineira, de Humberto Carlos Porto e Benedito Lacerda

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