PUBLICIDADE

É a vez da MBB: música brasileira ´do Ben´

Jorge Ben é saudado por toda a MPB - de Charlie Brown Jr. a Elza Soares, DJ Marky e Marisa Monte. O culto ganha força com o show de Los Sebozos Postizos, no Sesc, hoje e amanhã

Por Agencia Estado
Atualização:

Pouco importa se já são nove anos sem um disco de inéditas. Não interessa se ele não quer mais saber de tocar violão. O Jorge da fase "só Ben" parece ser a referência mais abrangente e penetrante de toda circunferência da música brasileira contemporânea. Só nos últimos cinco anos, ele foi gravado por Caetano Veloso, Só Pra Contrariar, Charlie Brown Jr., Elza Soares, Mundo Livre S/A, DJ Marky, Seu Jorge, Milton Nascimento, Marisa Monte, Racionais MCs e até pela nova banda de Paulo Ricardo, PR.5. Alguns foram agraciados com músicas inéditas, mas a maioria preferiu regravar faixas dos primeiros discos do compositor. Músicas do período ainda distante do acréscimo do "Jor" ao nome artístico, e também de sua cisma com as seis cordas acústicas. São dessa fase todas músicas do repertório da Noite do Ben - projeto do grupo Los Sebozos Postizos, formado por quatro integrantes da Nação Zumbi, que acontece nesta sexta e sábado na choperia do Sesc Pompéia. Vem de lá também a faixa Eu Vou Torcer, regravada agora por Fernanda Abreu em seu novo disco Na Paz. Se Ben ainda é reverenciado por sua batida única no violão - chamada de samba-soul ou samba rock -, Ben Jor só quer saber de tocar guitarra. Essa constatação ganhará força na semana que vem com a chegada de Reactivus Amor Est (Turba Philosophorum), o novo álbum do Jorge. Embora não tenha saído ainda, não passa pela cabeça de ninguém que o CD possa trazer o saudoso suingue de seu violão percussivo. Só para convencê-lo a tocar o instrumento no Acústico (em 2002), os diretores da MTV tiveram de gastar a saliva. "Quando ele gravou Malungo (música da Nação Zumbi) com a gente, falou que já estava de saco cheio dessa cobrança em relação ao violão. Disse que aquilo era novo para época e que não faz mais sentido atualmente. Até acho que ele está certo, embora ninguém toque violão como ele", observa Lúcio Maia, guitarrista da NZ e dos Los Sebozos Postizos. "Embora todo mundo grave Jorge Ben hoje em dia, a gente procura tocar pérolas tipo Homem Da Gravata Florida e Rosa, Mas Que Nada na Noite do Ben. São músicas que, talvez, nem ele mesmo tenha tocado ao vivo. E a gente deu uma envenenada nos arranjos." Além de cerca de vinte músicas do Ben, Los Sebozos também fazem versões para músicas de jamaicanos como Horace Andy. "O finalzinho é para esfriar. Rola algo em torno de 1h40 de Jorge Ben e depois damos uma refrescada com outras releituras", diz Lúcio. "Algumas pessoas vão à Noite do Ben esperando coisas da Nação Zumbi, mas a gente não toca e o público vai se acostumando". Noite do Ben com Los Sebozos Postizos. Sexta e sábado, às 20h30, na choperia do Sesc Pompéia (R. Clélia, 93. Tel. 3871-7700). R$ 15.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.