Duo francês Holden se apresenta pela primeira vez no Brasil

Vocalista falou ao 'Estadão.com.br' sobre a ligação com o Chile e música brasileira

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Por Marcio Claesen
Atualização:

Quando todas as bandas internacionais parece que já passaram pelo País e marcam presença em nossos palcos até anualmente (hello, Aerosmith!), ainda há algumas que permanecem virgens por aqui. É o caso do Holden. Mas não por muito tempo. O duo francês formado por Armelle Pioline e Dominique Dépret (mais conhecido como Mocke), após 13 anos de carreira, se apresenta pela primeira vez no Brasil nesta semana, com show para convidados nesta terça, 01, no projeto MusicMob no Beco 203, e aberto para o público na quinta-feira, no Sesc Vila Mariana. Com um som indie pop e influências de bossa nova, o Holden lembra os chilenos Gepe e Dënver e isto não é mera coincidência. A banda tem uma relação com o país sul-americano desde 1999, como conta Armelle. "Tudo começou quando uma música nossa fez muito sucesso lá. E o nosso produtor, Senor Coconut ,mora em Santiago. Então, acabamos gravando lá três dos nossos álbuns." A cantora conversou com Estadão.com.br pelo telefone, de Paris.Vocês lançaram o quinto e mais recente álbum em março passado, "L'Essentiel" e contam com 13 anos de carreira. Como você avalia a banda? O que mudou nesse tempo?

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O som mudou porque já se passaram 13 anos desde o primeiro álbum. Também porque fomos influenciados pelo som de outras bandas, como Radiohead e porque o Dominique comprou novas guitarras (ele é um guitarrista curioso). E talvez porque o som evolui mesmo com o tempo e vai continuar evoluindo.Quais são suas influências?

Jazz do começo dos 20's até o anos 50, old soul, dos anos 70 Velvet Underground foi mto importante pra nós, Jonathan Richman. Hoje em dia, é claro, ouvimos Radiohead, por exemplo, mas nada tão decisivo ou importante como o Velvet foi no passado.Conhece música brasileira?

Conheço, mas não o bastante.  Mas vou aprender mais quando estiver no Brasil. Sou grande fã de Caetano Veloso e todos desse gênero. Eu confesso que não lembro como se chama esse tipo de música (ela quer dizer a MPB). Também gosto de Chico Buarque. E preciso dizer que não conheço nada da música brasileira contemporânea. Vou ter de me atualizar e descobrir o que está acontecendo agora por aí. Tenho certeza de que deve haver coisa muito boa sendo feita.

Como é o seu trabalho com Mocke? Como vcs compõem juntos?

Nós trabalhamos juntos há muito tempo e em todos os lugares que estamos tentamos ouvir música. Nós escrevemos as letras e as músicas juntos. É assim que se desenvolve. A gente vai construindo a música. Ele toca um riff (acorde de guitarra) e eu toco uma parte no piano e aí a gente tenta colocar um pouco de letra. É assim que acontece sempre.Você tem um projeto solo chamado Superbravo, certo?

Como você soube disso? Isso nem foi divulgado direito. Que engraçado! (risos)

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Como é o projeto e por que cantar em inglês e não em francês?

Há várias razões para cantar em inglês. A primeira delas é que há muito tempo eu queria ter o prazer de viver a experiência de compôr em inglês. Depois, eu queria fazer algo diferente para marcar a diferença com o Holden, porque todos nos conhecem por aqui e sabem que cantamos em francês. Não tinha como misturar o Holden com o meu projeto solo. E depois porque inglês é uma língua maravilhosa para se escrever letras de música. Talvez haja ainda uma segunda língua boa para isso, 'brasileiro', mas o inglês é uma língua perfeita para isso. Vocês têm uma conexão com o Chile. Como começou isso?

Tudo começou bem cedo em 1999 quando uma música fez muito sucesso lá. Fomos nos apresentar lá e continuamos voltando e voltando. E o nosso produtor, Senor Coconut ,mora em Santiago. Então, fomos para lá gravar um álbum e acabamos gravando três dos nossos álbuns lá. Durante os anos, fomos desenvolvendo uma forte conexão com o público chileno.

Você conhece o Brasil?

Estive há 25 anos, mas passei pouco tempo. Guardo boas lembranças. Hoje não sei o que se passa no país e quero muito ficar a par, a respeito de música e tudo o mais, quando estiver aí.Você quer deixar uma mensagem ao público brasileiro? Estejam lá! Espero que curtam bastante a nossa música. Estou realmente com vontade de me apresentar aí.

Holden em São Paulo

Terça, 01, às 23h, no MusicMob, no Beco 203 (somente para convidados)

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Quinta, 03, às 20h30, no Sesc Vila Mariana

Rua Pelotas, 141, Vila Mariana, tel.: 5080-3000

Ingressos: de R$ 3 a R$ 12

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