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Dolores ganha tributo de vozes cansadas

Álbum equilibra clássicos e raridades, mas intérpretes nem sempre acertam

Por Lauro Lisboa Garcia
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O belo e melancólico cancioneiro de Dolores Duran (1930-1959) é revisitado num tributo irregular repleto de vozes tão veteranas quanto cansadas. A versão abolerada do clássico Castigo, por Fagner, é o grande equívoco de Dolores - A Música de Dolores Duran (Lua Discos), que na outra ponta tem boas surpresas. Uma delas é a interpretação de Toni Platão para a rara Se Eu Tiver, alguns tons abaixo do habitual.   Ouça trecho de 'Olha o Tempo Passando'   Mais informações sobre música Mateus Sartori lança álbum 'Dois de Fevereiro' Sem CD novo, ‘Rei’ faz Natal com caixas   Célia (Olha o Tempo Passando) e Leny Andrade (Se É por Falta de Adeus) estão no tom certo, como Jane Duboc (Canção da Tristeza) e Vânia Bastos (Noite de Paz). Outro ponto positivo é Cida Moreira cantando de um incomum jeito cool Canção da Volta (Antonio Maria/Ismael Neto), única que não é de Dolores, mas fez sucesso em sua voz.   Thiago Marques Luiz, que também produziu este ano um outro (muito bom) tributo a Maysa, tomou novamente o cuidado de equilibrar clássicos com temas obscuros, como O Que É Que Eu Faço? (Zezé Motta, fora de propósito) e Minha Toada (Denise Duran, irmã de Dolores, muito adequada). Como Tetê Espíndola, ousada em Estrada do Sol, Wanderléa é presença inusitada (em Fim de Caso), mas não acrescenta muito ao já feito. O mesmo vale para Moska (Solidão), Carlos Navas (Idéias Erradas), Alaíde Costa (Ternura Antiga), Leila Pinheiro (A Noite do Meu Bem), Fafá de Belém (Por Causa de Você).   Tão cansados quanto Alaíde estão Tito Madi (O Negócio É Amar, em duo com Claudia Telles) e Pery Ribeiro (Leva-me Contigo). Se a idéia é levar a música de Dolores adiante, o elenco de intérpretes poderia ser menos caído. Nana Caymmi já fez melhor em 1994.

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