Documentário mostra Frank Sinatra a partir de seu 'fim'

Filme faz parte das comemorações pelo centenário do cantor

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Por Alicia Powell - REUTERS
Atualização:

NOVA YORK - Frank Sinatra conta a história de sua vida com suas próprias palavras em um novo documentário lançado nesta semana como parte das comemorações que irão marcar o que seria o centésimo aniversário do cantor e vão durar todo o ano. Com quatro horas de duração, será exibido neste domingo e segunda-feira, na HBO americana.

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Composto por duas partes, Sinatra: All or Nothing at All, que se concentra no show de aposentadoria de Sinatra em 1971, utiliza entrevistas antigas, fotos, filmagens de apresentações e vídeos caseiros jamais vistos. “Acho que houve um momento no qual ele achou que já chegava para ele, por todo tipo de razões emocionais. E ele fez um show naquele ano, que deveria ter sido seu show de aposentadoria”, disse Alex Gibney, o diretor do filme. “Na minha opinião, para um cara que nunca escreveu sua autobiografia, acho que aquele show foi sua autobiografia na forma de música.”

O documentário usa canções da apresentação de 1971 e trechos de quase 16 horas de áudio de Sinatra falando de sua vida, disse o produtor executivo Frank Marshall. “Pegamos muitas entrevistas e muitas de suas próprias palavras, e conseguimos, de certa forma, contar a história de sua vida com suas próprias palavras. E foi isso que tornou tudo especial”, afirmou. 

Sinatra, cuja voz sedutora conquistou legiões de fãs em todo o mundo, fez sua primeira gravação em 1939. Conhecido por clássicos como My Way, New York, New York e Strangers in the Night, ele continuou gravando quase até sua morte, em 1998.

“Tudo está representado (no documentário). É muito especial, foi um processo muito interessante”, disse a filha mais nova de Sinatra, Tina, no tapete vermelho de um evento para o filme, na terça-feira.

As comemorações em homenagem a Sinatra, conhecido como ‘Olhos Azuis’ ou ‘Presidente do Comitê’, durarão o ano todo para marcar o que seria seu 100.º aniversário no dia 12 de dezembro. No mês passado, uma mostra intitulada Sinatra: An American Icon, que exibiu fotos e objetos pessoais jamais vistos, foi inaugurada na Biblioteca Pública de Nova York para as Artes Performáticas.

 O diretor Gibney, que também dirigiu os últimos documentários da HBO, Mr. Dynamite: The Rise of James Brown e Going Clear: Scientology and the Prison of Belief, foi beneficiado por ter tido acesso aos arquivos da família do cantor. Assim como Martin Scorsese fez em seu documentário sobre Bob Dylan, No Direction Home, Gibney resolveu fazer do concerto a espinha dorsal de seu filme: a comovente apresentação de 1971, em Los Angeles, quando ele cantou para despedir-se de seu público - uma aposentadoria que durou dois anos. 

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Sinatra, em meados de seus 50 anos, estava no auge de sua carreira, como mostra o filme. Depois de um início difícil da apresentação, seu desempenho torna-se algo comovente. O filme abre então para a história do cantor, sempre recheada de clipes que o mostra em várias fases de sua carreira. Como vendia pouco à época, e com vários filmes recentes mal recebidos pela crítica, ele decidiu pendurar as chuteiras. Depois de voltar, em 1973, gravaria vários álbuns e lançaria New York, New York em 1980.

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