Herbie Hancock tem 61 anos, fez parte da banda de Miles Davis, é reverenciado por gerações e criou verdadeiros clássicos do jazz como Cantaloupe Island e Watermelon Man. Isso é só uma pequena introdução do pianista, um dos compositores mais ecléticos da música contemporânea, que acaba de lançar o CD Future 2 Future, nos EUA. Nestes dias conturbados, o novo trabalho pode não impressionar muito, mas consegue fazer uma fusão entre jazz, música eletrônica e drum?n?bass difícil de imaginar. O primeiro single, The Essence, traz a cantora Chaka Khan apoiada pelas colagens sonoras do DJ Krush, um expoente da cena japonesa. Em Kebero Part I&II, O americano DJ Carl Craig é quem faz a trilha para a voz da cantora etíope Gigi, criando um clima de World Music. Outras canções também trazem vocais femininos como destaques. Imani Uzuri em Be Still e a poetisa Dana Bryant em Tony Williams. Hancock não economizou no jazz e convidou dois velhos camaradas dos anos 60, o baterista Tony Williams e o saxofonista Wayne Shorter, que tocaram com ele na banda de Miles Davis, nos anos 60. Além deles, o baixista Charnett Moffett e o baterista Jack DeJohnette completam a jam. Future 2 Future é produzido pelo baixista Bill Laswell, um dos músicos mais vanguardistas da atualidade. Esse parceria não é nova. Ambos lançaram, nos anos 80, o álbum Future Shock, que trouxe o casamento do funk e do rap com o jazz. O disco, que saiu pela gravadora Transparent Music, do próprio músico, é ideal para quem, mesmo sem entender muito de jazz, é atraído pela música eletrônica. Para quem não gosta de misturas, melhor procurar outros ares. Ainda não há previsão de lançamento no Brasil.