Disco histórico do The Who é relançado com íntegra de "Tommy"

Disco lendário do The Who é relançado com íntegra da ópera-rock Tommy. The Who Live at Leeds marcou época na história do Rock.

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Que The Who Live at Leeds é considerado o melhor disco gravado ao vivo da história do rock, poucos duvidam. Agora, Pete Townshend, líder e fundador da banda que fez fama mas não deitou na cama, recebe novas homenagens dos fãs. Trinta e um anos depois, ele liberou, finalmente, uma preciosa gravação da íntegra da ópera-rock Tommy, que é parte do lendário concerto de Leeds. Uma edição especial de Live at Leeds foi lançada num CD duplo com quase três horas de duração, que prova porque é a melhor gravação ao vivo de rock já produzida e mostra The Who tocando Tommy ao vivo pela primeira vez. É bombástico. Pelo que ouvimos, a banda deve ter ensaiado muito pois não há um erro, uma falha, um compasso fora do lugar. O disco foi gravado em fevereiro de 1970. Tommy foi a primeira ópera-rock da história, lançada em 1969, e a partir dela nasceram Hair, Jesus Cristo Superstar e outras. Recentemente a capa do disco original apareceu em todas as telas de cinema do mundo, quando o personagem central do filme Quase Famosos aceita o convite da irmã, que, por bilhete, diz que o disco vai mudar a sua vida. Ele coloca então o vinil na faixa Sparks (um longo devaneio de baixo) e, de fato, Tommy muda a sua vida. O que impressiona nessa gravação ao vivo agora revelada é a fidelidade da banda aos arranjos originais, no auditório da Universidade de Leeds (Inglaterra) para uma platéia de privilegiados. A performance de Keith Moon (morto em 1978) na bateria é absolutamente descabelante e só reafirma a lenda de que ele foi o maior baterista de rock de todos os tempos. Com apenas uma guitarra (Pete Townshend, que toca com uma Gibson SG) coube a John Entwistle transformar seu baixo numa guitarra - base. Quem ouve o disco não acredita que aquela máquina de velocidade e precisão tem apenas quatro cordas e dá razão a Paul McCartney quando este pediu um autógrafo a Entwistle depois de um show do Who nos anos 70. Roger Daltrey está numa grande noite e Pete Townshend não poupa as guitarras (ele usou três Gibson SG em revezamento) e muito menos a parede de amplificadores Hiwatt ligados em série. Com a coragem típica dos guitar heroes, ele resolveu todos os arranjos de violão da versão original de Tommy apenas aliviando a pressão dos dedos nas cordas, e nas horas de ataque saturou a amplificação a tal ponto que aqui, do outro lado, achamos que o palco vai explodir levando a platéia junto. E canta, canta muito. Afinal Live at Leeds além de Tommy na íntegra, trás uma 1 hora e 45 minutos de puro The Who, estraçalhando conceitos, preconceitos e detonando tudo o que encontra pela frente. A versão de Magic Bus, com direito a duelo R&B de guitarra e bateria, é de fazer Edgar Scandurra arrancar os cabelos que quase não tem. Essa nova versão de Live at Leeds é presença obrigatória em qualquer discoteca básica. Está à venda nas boas lojas de importados do Brasil e no site www.thewhodirect.com, onde há uma promoção com camiseta. Um disco que explica por si só porque o Sex Pistols e todas as bandas ditas autênticas fazem referências e reverências diretas ao Who.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.