Diretor musical do Scala de Milão pede demissão

O maestro italiano Riccardo Muti demitiu-se do principal palco de óperas do mundo citando hostilidade vulgar de colegas

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Por Agencia Estado
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Riccardo Muti, o atacado diretor musical do teatro La Scala de Milão, demitiu-se hoje, citando o que chamou de hostilidade vulgar de colegas do principal palco de óperas do mundo. O maestro italiano usou em sua declaração de renúncia a palavra "hostilidade", referindo-se a semanas de trabalho sem descanso e uma votação no mês passada por centenas de músicos e outros funcionários do La Scala pedindo que ele deixasse do cargo. "Foi uma escolha obrigatória", disse Muti. Ele estava no cargo desde 1986. O trabalho sem descanso por membros da orquestra e outros funcionários do teatro forçou o cancelamento de várias performances esta temporada. Ainda não foi divulgado quem será o substituto de Muti. "Apesar dos sinais de estima por mim expressados pela diretoria do teatro, a hostilidade manifestada por pessoas com quem trabalhei por quase 20 anos torna realmente impossível continuar este relacionamento de colaboração, que precisa ser baseado em harmonia e confiança", disse Muti em nota divulgada pelo Scala. "Fazer músicas junto não é apenas um trabalho de grupo; precisa de estima, paixão e interesse e compreensão, sentimentos que eu acreditava terem sido constantes nesses 20 anos de trabalho no Teatro La Scala Theater", escreveu Muti. Muti não mencionou seus planos profissionais, mas sua mulher, Cristina Mazzavillani, disse em uma entrevista publicada esta semana que o marido deveria ir para o exterior ou para outra cidade italiana. O diretor musical e renomado maestro foi o centro de uma disputa no Scala iniciada após uma decisão em fevereiro de demitir o superintendente Carlo Fontana. Funcionários prometeram greves para cada uma das estréias programadas. Fontana tinha uma relação difícil com Muti, e funcionários dizem que Muti diminuiu os poderes do superintendente. A confusão trabalhista seguiu-se à reabertura do La Scala em dezembro, depois de três anos de uma reforma que custou 60 milhões de euros para renovar o teatro.

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