Dionne Warwick: 'Se você vai conversar com alguém, converse com civilidade'

Em entrevista, cantora explica porque ela foi para o Twitter, fala sobre sua preparação para o show do Dia das Mães e o cover de Luther Vandross da sua música

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Por Geoff Edgers
Atualização:
Dionne Warwick: 'A única coisa a fazer para preservar sua voz é descansar, o que é muito difícil às vezes'. Foto: REUTERS/Lucy Nicholson

Todas as sextas-feiras o repórter Geoff Edgers hospeda uma live do Washington Post transmitido pelo Instagram, a partir de Massachusetts. Ele já entrevistou a comediante Tiffany Haddish, a atriz Jamie Lee Curtis e o músico Elvis Costello.

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Recentemente Edgers conversou com a cantora Dionne Warwick. Abaixo alguns trechos do bate-papo: 

Quando avisei que você viria a este programa, muitas pessoas disseram que você salvou o ano delas. Você sente isso? 

Não. Quero dizer, como eu o salvei? Acho que estão se referindo aos meus tuítes, e na Páscoa dei um show virtual, que foi maravilhoso, e farei outro no Dia das Mães. Mas se eles acham que disse coisas que levantaram seu espírito e foram inspiradoras, vou rir, que é o que adoro fazer, e agradecer a vocês.

Foi sua sobrinha que a ensinou a usar o Twitter?

Eu observava minhas sobrinhas e sobrinhos no Twitter dando risadas. Estavam se divertindo e eu quis saber o que era tão divertido. Brittani disse, “estamos tuitando”. Perguntei o que era aquilo. Então ela me fez ver e quando me mostrou o que se passava no mundo do Twitter não fiquei muito contente com as algumas coisas que vinham sendo ditas.

O que você não gostou?

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A maneira como as crianças conversavam entre elas. Atacando uma a outra e se insultando. Se você vai conversar com alguém, converse com civilidade, e talvez a presença de um adulto nesse momento seja necessária. E aparentemente funcionou, você sabe, pois depois Jack (O CEO do Twittter Jack Dorsey) me telefonou.

O sujeito com barba?

Sim. Ele ligou e me disse, ‘Você é uma força tão positiva aqui porque se estivesse vendo o Twitter ultimamente veria que o tom mudou um pouco”. Acho que é porque tornei minha presença conhecida, fazendo perguntas primeiro e indo atrás das pessoas. E a alegria foi ver que havia risos por trás de tudo que eu tuitava. Queria respostas e as pessoas responderam sem problema. Então eu me tornei uma espécie de sociedade de admiração mútua, o que é maravilhoso, fazer amigos e ver que não têm nenhum problema em me perguntar coisas que são importantes para eles.

Você fez alguma coisa com sua voz agora que não fez há 30 ou 40 anos? Como é cantar aos 80 anos de idade?

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Não, não faço nada especial. Nunca fiz. A única coisa a fazer para preservar sua voz é descansar, o que é muito difícil às vezes. Mas basicamente essa é a fórmula. No ano passado não cantei uma nota, nem na minha casa. E na Páscoa estava com muito medo pois não sabia o que sairia da minha boca. Afinal não cantava há um ano e você sabe, como qualquer músculo, é preciso exercitar. Mas Deus chegou e me ajudou.

Muitas pessoas fizeram covers das suas músicas. Você tem algum favorito?

A que eu mais admiro é a versão de Luther Vandross de A House is Not a Home. Provavelmente é o maior elogio que você recebe quando alguém regrava uma música que você cantou.

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Aretha também regravou 'I Say a Little Prayer'. A sua gravação ficou em 4º lugar nas paradas e a dela em 10º, menos de um ano depois de você.

Tudo se resume no fato de as pessoas se identificarem com uma música e desejarem gravá-la. Elas se apaixonam pela música e querem interpretá-la. E Aretha fez um trabalho magnífico. 

Quando você começou a cantar era muito jovem, você foi monitorada, recebeu músicas para cantar. E temos muitos relatos de trágicas situações vividas por muitos artistas, de Elvis, a Little Richards ou Whitney Houston, e as pessoas que tiraram proveito deles. O que lhe deu a força para fazer o que acabou fazendo e não cair na mão de aproveitadores?

Tudo tem a ver com a maneira que você foi criado. Minha mãe e meu pai eram maravilhosos, me apoiando, amando e incentivando. Meu avô era pastor e passei muito tempo estudando o Mundo. Não tinha nenhuma razão para ser outra pessoa que não a que sou. Isso sempre me foi ensinado.

Penso em todas essas grandes cantoras que trabalharam para Phil Spector que não foram tratadas corretamente. Para você, Hal David e Burt Bacharach é que eram diferentes, parece.

Bem, éramos adultos e eles tinham certos valores que vinham da sua própria educação. E meu padrão de conduta é muito elevado. Portanto, você sabe, se não chegar ao meu nível, não vejo necessidade de estar ao seu lado.

Tradução de Terezinha Martino

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