'Difícil imaginar o mundo sem Nelson Freire', lamenta Arthur Nestrovski; veja repercussão

Reconhecido internacionalmente, mineiro Nelson Freire morreu na madrugada desta segunda-feira, dia 1º, aos 77 anos

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Nelson Freire, um dos maiores pianistas brasileiros, morreu na madrugada desta segunda-feira, dia 1º, aos 77 anos. A causa da morte ainda não foi divulgada.

Natural de Boa Esperança, no interior de Minas Gerais, ele foi um dos maiores artistas brasileiros, com uma carreira que o levou aos principais palcos do mundo.

O pianista Nelson Freire em concerto com Philharmonia Orchestra Foto: Foto Vitor Salgado

PUBLICIDADE

Ao longo da manhã, músicos, entidades e até mesmo times de futebol no Brasil lamentaram a morte do pianista mineiro.

Philippe Cassard, pianista francês, disse que "é a perda de um gigante. Um virtuoso com toque aveludado incandescente, grande no piano, com efeito devastador em Rachmaninov e Liszt, lírico em Chopin, Beethoven e Brahms, luminoso em Bach e Mozart. E a dupla mais extraordinária da história que formou a 4 mãos e 2 pianos com Martha Argerich? Ele era um homem gentil, tímido, humilde e longe do barulho da mídia. Ele permanecerá por muito tempo um exemplo de integridade musical e profissional elevada ao ponto mais alto. Ele é um daqueles pianistas que são âncoras para a geração mais jovem".

Em depoimento ao Estadão​, o maestro João Carlos Martins disse que "Nelson Freire era o pianista em melhor forma no mundo".

Teatro La Fenice, em Veneza, na Itália, afirmou que "continuaremos sempre a ouvi-lo", enquanto a Osesp disse que "ele foi um orgulho da música e dos músicos brasileiros".

Arthur Nestrovski, diretor artístico da Osesp, celebrou a figura de Nelson Freire e a importância para a música brasileira.

Publicidade

"Difícil imaginar o mundo sem Nelson Freire. Ele era a própria essência da música. Parceiro e amigo da Osesp há décadas, fez inúmeros concertos conosco. Tantas vezes vimos o milagre acontecer: ele nunca tocava menos do que lindamente, mas em certos pontos, no decorrer de uma peça, Nelson acendia ­– e era como se aquilo que a gente chama de música fosse deixado para trás. Abriam-se as portas de outro reino da vida. Dá vontade de dizer que é para lá que ele foi. Mas ficará dentro de nós para sempre", disse.

Chico Pinheiro, jornalista, afirmou que "o silêncio deste piano é a melodia mais triste que poderíamos receber nesta manhã chuvosa. Grande, enorme Nelson Freire, descanse em paz".

No Twitter, o Corinthians disse que "o Brasil acordou em silêncio com a perda do pianista clássico Nelson Freire, que orgulhou o país nas salas de concerto de todo o mundo. Pedimos a todos uma última salva de palmas a esse legítimo gênio brasileiro".

Jocy de Oliveira

, compositora, disse que "a morte de nosso querido Nelson Freire nos abalou a todos. Foi um pianista admirado pelo mundo afora e muito amado. Triste perda, mas suas gravações belíssimas ficarão conosco avivando sua memória. Descanse em paz e com muita música".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.