Dez mil vão à primeira noite do Free Jazz no Rio

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Por Agencia Estado
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Cerca de dez mil pessoas foram ontem Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio para a primeira noite do Free Jazz Festival. Os ingressos para os palcos principais, o Club (reservado ao jazz tradicional) e Main Stage (para as novidades da música pop) se esgotaram, mas muita gente, preferiu mesmo ficar badalando no vão livre dos prédios projetados por Affonso Reidy, onde o acesso era livre e a azaração garantida. O norte-americano Marlon Jordan e seu quinteto abriram a noite, no palco New Directions, por volta das 19 horas, com um terço dos 1.200 lugares ocupados. Agradou com uma música mais tradicional, mas não chegou a levantar a platéia. A primeira emoção da noite viria com a homenagem ao saxofonista brasileiro Moacir Santos, com parte dos músicos que participaram do álbum duplo Ouro Negro, em homenagem a ele, lançado no primeiro semestre deste ano. Enquanto terminava a homenagem a Santos, começava no Mains Stage o show dos californianos Grandaddy, que não empolgaram. As pessoas estavam ali para ouvir Belle & Sebastian e não se conformava com o som dos rapazes. Melhor era curtir o vão livre, onde bares cariocas armaram filiais. Um programa para quem não se importa em enfrentar fila para tomar cerveja (morna) e com a batida contínua da música disco. Não era este o caso do Bill Herderson, a segunda atração do Palco Club, na noite de abertura. O som de fora ou de algum outro lugar estava vazando e ele reclamou do barulho. Parou para reclamar da produção, mas voltou a cantar, tapando os ouvidos, em protesto. O público ficou lá, em solidariedade. Público que faltou ao Palco Cream, a partir das 23 horas, com Djs nacionais e importados. A rave não decolou, talvez porque era dia de semana e o povo da noite não gosta de varar a madrugada. A esperança e que melhore ontem e hoje à noite. Surpresa - A boa surpresa da noite foi grupo islandês Sigur Rós, o segundo a subir no palco Main Stage. Praticamente desconhecido no Brasil, os conterrâneos da cantora Björk surpreenderam com uma mistura de orquestra de cordas e rock, com direito a guitarra tocada com arco de violino. Belle & Sebastian, a principal atração do Main Stage, não empolgou o público. O melhor momento do show ocorreu na homenagem aos Mutantes, com Baby (de Caetano Veloso) e A Minha Menina (de Jorge Ben), do primeiro disco dos Mutantes, de 1968.

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