É justo que um megafestival dedique parte de sua programação a heróis consagrados. Não fosse assim, haveria uma onda ininterrupta de pop açucarado garantindo as receitas de SWU, Rock in Rio e Planeta Terra.
Mas para quem gosta de show e não vê graça em Rihanna nem em Katy Perry, as dúvidas que pairam sobre um investimento de R$ 190 (por dia, no caso do Rock in Rio) podem ser: será que Elton John ou Stevie Wonder ainda cantam como antigamente? Será que o Coldplay ficou acomodado? Será que o Metallica, que há tempos não lança um grande disco, ainda tem o peso de antigamente? É lógico que sempre há fãs que comparecem, faça chuva ou sol, haja vexames ou apresentações memoráveis. Para o ouvinte não obcecado, no entanto, existe a incerteza, que anda de mão em mão com a possibilidade de presenciar a genialidade longeva de um mestre; de ser surpreendido pelo fôlego e pela entrega de uma banda consagrada por discos e anos de turnê; de assistir à maturação de um nome que ainda dá as cartas no Olimpo do pop.