Depois de 11 anos, A-ha não decepciona os fãs

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Por Agencia Estado
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Antigos hits e músicas menos conhecidas embalaram o público que foi conferir o retorno do A-ha aos palcos brasileiros, nesta quarta-feira, no Credicard Hall, em São Paulo, dentro do projeto Kaiser Music. Este foi o primeiro show da banda no Brasil desde 1991, quando se apresentou em várias capitais, chegando a tocar para 198 mil pessoas, um recorde de público registrado no Guiness Book. Ídolos das adolescentes na década de 80, os integrantes do A-ha retomam a carreira com a turnê Lifelines, que divulga o CD de mesmo nome, lançado em abril. É o segundo álbum da banda depois de uma pausa de sete anos. Antes, eles gravaram Minor Earth, Major Sky (2000). O show atraiu antigas fãs - agora já saídas adolescência -, rapazes, meninas que ainda davam seus primeiros passos quando o grupo estourou no cenário pop e até famílias. Os produtores de cinema Sérgio e Denise Martinelli levaram os filhos Ana Paula e Rafael, de 16 e 14 anos, respectivamente. ?A família é A-ha total?, explicou. As músicas dos primeiros álbuns da banda foram quase como canções de ninar para o caçula que, como os outros integrantes da família, gosta dos trabalhos mais antigos. ?Eu prefiro até o penúltimo CD. Esse último achei muito romântico?, resume o patriarca. A funcionária pública licenciada Sônia Regina Meschiatti também prefere as músicas mais antigas, mas quis assistir ao espetáculo novo junto do marido e do filho. ?Não importa, a gente acaba gostando?, justificou. Apesar do público variado, o show não lotou o Credicard Hall, cuja capacidade era de 3782 lugares. Pouca divulgação e uma apresentação no meio da semana podem explicar o fato da casa não ter lotado. Outro motivo seria a mudança da linha musical da banda. O A-ha deixou para trás a roupagem pop de músicas como Take On Me e Touch, hits da banda do meio da década de 80. Isso não impediu as fãs de gritarem à beira do palco, a maioria chamando pelo vocalista Morten Harket. Porém, junto delas, outros admiradores comentavam a diferença no estilo da banda, e alguns ainda avaliavam os acordes da guitarra de Pal Waaktaar-Savoy. O antigo sucesso Hunting High and Low foi uma das músicas que mais animou o público, que cantou em coro esse e outros hits. Mas nem todos foram ao show só para ouvir os sucessos, muitos queriam conferir ao vivo Did Anyone Approach You? e outras músicas novas. É o caso de Kátia Jucá, empresária de 24 anos que participa de uma lista de discussão sobre a banda. ?Gosto especialmente das músicas que não fizeram tanto sucesso?, conta. Uma de suas favoritas é a pouco conhecida Rolling Thunder. Fã do A-ha desde a adolescência, Kátia gastou cerca de R$ 1.500 por conta da vinda dos noruegueses ao Brasil. A verba serviu para comprar uma máquina fotográfica nova, ingressos para este e outros shows da banda e para pagar uma diária no mesmo hotel que os músicos estão hospedados. Para ela, o gasto valeu a pena. Ao andar pelo hotel, encontrou o tecladista Magne Furuholmen, conhecido como Mags. Subiu com ele no elevador, tirou fotos, enfim, conseguiu o que toda fã deseja: ficar próxima do ídolo. Essa mobilização em torno da banda não é exclusividade de Kátia. As alemãs Judith Heinrich e Petra Meier e a suíça Judith Fasler acompanham as turnês do A-ha desde 1987. Já viram mais de 70 shows da banda e estavam na platéia do Credicard Hall. ?O A-ha une pessoas com a música?, argumentam. O norueguês Knut Øurebø vive no Brasil há cinco anos. Pela primeira vez assistiu a um show dos conterrâneos, apesar de gostar do A-ha desde a década de 80. ?Achei muito bom?, comentou no fim do espetáculo. Ele ressaltou, porém, que a apresentação foi curta. O A-ha tocou por aproximadamente 1h30, o tempo estimado para o show. Não fez intervalo, mas voltou para um bis de três músicas. Para os fãs que esperaram onze anos para rever a banda, foi pouco. Na rápida passagem pelo Brasil, o trio fará mais quatro apresentações. Nesta quinta-feira, eles tocam novamente no Credicard Hall; sexta, no ATL Hall, no Rio de Janeiro; sábado, na Festa do Peão de Barretos, e no Gigantinho, em Porto Alegre, dia 20.

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