Defesa de Jackson desiste de chamar testemunhas

Decisão inesperada foi tomada depois de a promotoria exibir vídeo em que o acusador descreveu abusos pela primeira vez Veja Galeria

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Por Agencia Estado
Atualização:

Numa ação inesperada, a defesa do cantor Michael Jackson, julgado por abuso sexual de um menor, concluiu nesta sexta-feira a apresentação de seu caso, depois de a promotoria ter exibido ao júri um vídeo de 2003 em que o acusador disse pela primeira vez a investigadores ter sido molestado pelo cantor. A decisão de não apresentar contra-argumentos significa que as discussões finais podem começar na quarta-feira da próxima semana. O juiz Rodney S. Melville disse aos jurados que eles não precisariam comparecer à corte na terça-feira, quando os advogados debaterão. Os advogados de defesa disseram que planejavam chamar o acusador, a mãe dele, um psicólogo e um advogado que indicou o psicólogo à família. Mas depois que os jurados assistiram ao vídeo em que o garoto descreve o suposto abuso da mesma maneira que o fez em seu depoimento, a defesa decidiu não chamar mais testemunhas. "Ele colocou as mãos deles nas minhas calças. Ele começou a me masturbar", disse o menino, na fita, aos detetives que insistiam para que ele contasse a história. "Eu lhe disse que não queria fazer aquilo e ele continuou fazendo. Eu disse para ele ´não´". Os promotores exibiram a fita depois que Melville instruiu os jurados "para apenas observarem o comportamento, as maneiras e as atitudes da testemunha" e disse que as declarações do menino "não devem ser consideradas como a verdade". A entrevista foi gravada no Departamento de Abuso e Agressão Sexual na delegacia do Condado de Santa Bárbara, em 6 de julho de 2003. Com a cabeça baixa e freqüentemente pausando, o menino descreveu o suposto abuso em voz baixa. A descrição foi semelhante àquela que ele deu quando testemunhou no julgamento. "Ele me disse que queria mostrar como se masturbar", disse o menino. "Eu disse não. Aí ele disse que poderia fazer por mim". O garoto olhou para baixo e voltou a falar hesitante. "Ele me agarrou na minha área particular", disse o garoto, que contou que Jackson o tocou por "um longo tempo". Quando perguntado pelos investigadores sobre o que Jackson disse quando ele pediu para que parasse, o menino disse que "ele disse que está bem, que é natural". O menino disse que o primeiro abuso aconteceu depois que ele e Jackson beberam no rancho Neverland. "Perto dos últimos dias em Neverland ... Ele sempre me fazia beber", disse o garoto. O menino, hoje com 15 anos, testemunhou logo no início do julgamento.

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