Defesa de Jackson chama primeira testemunha

Na abertura de sua argumentação, defesa chamou jovem que desmentiu afirmação da acusação de que teria sido molestado pelo astro Veja Galeria

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Os advogados de Michael Jackson iniciaram hoje sua argumentação no julgamento do astro por abuso de menor e conspiração chamando para depôr um jovem que cresceu conhecendo o cantor e desmentiu a afirmação de uma testemunha da acusação de que eles teriam tomado banho juntos. A defesa começou sua participação depois que o juiz Rodney S. Melville negou o pedido de cancelamento do julgamento. Os advogados de Jackson haviam argumentado que a promotoria não tinha conseguido provar sua acusação e que as testemunhas tinham uma "tendência para auto-destruição". A primeira testemunha da defesa, o bailarino Wade J. Robson, disse que conhece Jackson desde os 5 anos e que ficou no rancho do cantor mais de 20 vezes. Ele dormiu no quarto de Jackson em todas as vezes, com exceção de três ou quatro, ele disse. Os dois jogavam vídeo games, assistiam a filmes, conversavam e, às vezes, faziam guerras de travesseiros. Robson, de 22 anos, disse que Jackson nunca o tocou de maneira inadequada ou com intenções sexuais. Uma ex-empregada de Jackson, a mãe de um menino que fez um acordo milionário com o cantor nos anos 1990 após acusá-lo de molestar o filho, testemunhou que viu Jackson tomar banho com Robson, que negou a afirmação. O promotor Ron Zonen, ao questionar a testemunha, sugeriu que, quando Robson disse que Jackson nunca o havia molestado, "o que você realmente quis dizer é que nada aconteceu enquanto você estava acordado". Robson respondeu que "algo assim teria me acordado". Zonen então tentou sugerir que a testemunha estava sempre muito cansada de tanto brincar e dançar que poderia ter sono pesado. A acusação encerrou sua argumentação ontem depois de chamar mais de 80 testemunhas numa tentativa de provar que Jackson abusou de um garoto de 13 anos doente de câncer, além de dar-lhe álcool e conspirar para mantê-lo preso, junto com a família, em Neverland, para que participassem de um vídeo de reconstrução de sua imagem após a exibição do vídeo Vivendo com Michael Jackson, de Martin Bashir, no qual Jackson afirma gostar de dormir com crianças. O pedido de encerramento do julgamento foi enviado ontem mesmo pela defesa. Tais petições são comuns e raramente têm êxito. Os advogados de Jackson disseram que o irmão da suposta vítima, a irmã dele e a mãe disseram mentiras no tribunal, chamando a mulher de testemunha "bizarra" que contou um mentira. "Esta é uma das mais claras testemunhas enganosas que já passaram em qualquer corte", disse o advogado de defesa Robert Sanger. Ele disse que a mulher foi claramente desonesta quando disse que sua declaração no vídeo de reconstrução da imagem de Jackson era mentira. Sanger também disse que testemunhas como a comissária de bordo Cynthia Bell; o ex-empregado de Jackson Jesus Salas; e a ex-mulher do cantor Deborah Rowe foram chamadas pela acusação, mas deram testemunhos favoráveis a Jackson. O promotor Tom Sneddon, que persegue Jackson há mais de dez anos, disse que as provas contra o cantor eram evidentes. "O motivo de Michael Jackson é claro", ele disse. "As evidências são enormes. Isso era uma ameaça de morte para a carreira dele. Ele estava se esvaindo financeiramente. O filme de Bashir seria o último ataque para o fim de sua carreira, se nada fosse feito". O juiz disse estar relutante em decidir sobre a credibilidade das testemunhas, sugerindo que isso era tarefa dos jurados. Melville também ouviu argumentos mas não decidiu se alguns itens apresentados durante a participação da acusação poderiam ser considerados autênticos e aceitos como prova.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.