Deep Purple leva sua barulheira ao Kremlin

PUBLICIDADE

Por MICHAEL STOTT
Atualização:

A banda britânica Deep Purple fez um show diferente na segunda-feira, tocando no Kremlin para uma platéia de casacos de pele, ternos e medalhas militares em vez de jeans e camisetas. Muita gente da platéia chegou de limusine em vez de ônibus, e na primeira fila estava o provável futuro presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, ex-espião da KGB. O show comemorava os 15 anos da Gazprom, gigante russa do gás, presidida por Medvedev. A escolha foi feita a dedo, pois o executivo -- candidato do presidente Vladimir Putin à sua sucessão, na eleição de março -- já havia declarado em entrevistas que o Deep Purple é a sua banda favorita. Considerada certa vez a banda mais barulhenta do planeta, segundo o livro Guinness dos Recordes, o Deep Purple parecia meio deslocado em meio à imensidão do Palácio Estatal do Kremlin, que tem um dos maiores palcos do mundo e uma platéia para 6.000 pessoas. O público, em geral homens de meia-idade vestindo terno e gravata, permaneceu impassível diante dos hits dos anos 1960 e 70, como "Smoke on the Water". Só eventuais balanços de cabeça indicavam que havia alguém escutando. Coube a um pequeno grupo de estudantes e jovens executivos, sentado na lateral do salão, agitar as mãos acima da cabeça e eventualmente assoviar e gritar. Putin, talvez por causa das más relações que mantém com a Grã-Bretanha, não ficou para ouvir os roqueiros ingleses.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.