De língua solta, Supla mistura moda e punk rock

Marcado pela irreverência, novo disco do roqueiro inclui a engraçada "Arrasa Bi", que fez sucesso durante desfile na semana fashion de São Paulo

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Por Agencia Estado
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Há coisas que só fazem sentido se estiverem associadas à imagem do cantor e compositor Supla. Seu estilo de se vestir, por exemplo. Imagine outra pessoa ostentando um terno roxo ou rosa, feito sob medida pelo badalado estilista Ricardo Almeida. Só Supla mesmo. "Minhas roupas são uma forma de me expressar", sentencia. Supla gosta de moda. Vira-e-mexe, ele é visto planando no meio fashionista. Até por essa proximidade com o mundo da moda, compôs a engraçadíssima "Arrasa Bi", que foi incluída no repertório de seu novo CD, "Vicious" (Arsenal Music). Supla deu uma palhinha da música no desfile do estilista Geová Rodrigues, brasileiro que faz sucesso em Nova York, num evento que ocorreu em paralelo ao São Paulo Fashion Week. Supla já conhecia Geová de Nova York e aceitou desfilar para o amigo. Quanto à canção "Arrasa Bi", cheio de referências a figurinhas do métier, ela nasceu das idas de Supla ao estúdio de Celso Kamura, cabeleireiro das celebridades. Lá, ouviu expressões do tipo "você está arrasando, bi" e não resistiu. Letras irreverentes, outras mais críticas Há músicas também que só fazem sentido dentro de um disco de Supla. O compositor sempre foi dado a letras irreverentes, outras mais críticas. Neste "Vicious", o décimo álbum de sua carreira, volta a exercitar a composição sem rodeios, com uma levada "punk rock rock". "É o meu disco mais punk rock brasileiro. Se você pegar ´O Charada Brasileiro´ ou ´Político e Pirata´, são discos com muita coisa de eletrônica. ´Bossa Furiosa´ tem parte acústica." Ao longo do ano, Supla já vinha testando o repertório inédito num circuito de shows que incluiu casas como Hangar e Outs, em São Paulo. Ele, aliás, volta à Outs no dia 16, mas antes se apresenta na Saraiva do MorumbiShopping, no Domingo. Canção critica consumistas inveterados de iPod Produzido por Rick Bonadio e Rodrigo Castanho, "Vicious" traz críticas ao mau uso do fotolog e aos consumistas inveterados de iPod. "Acho ótimo o fotolog para divulgar a banda mas também estou tirando um sarro das pessoas que o usam para fofocar. Vai aprender também um esporte, a tocar um instrumento, não fica bitolado no computador", acredita ele e é o que trata na canção "Chat-o-Log". Já "Museu dos Pobre" (escrito errado propositalmente) nasceu das andanças pela periferia. "Eles nem sabem o que é iPod. Acho legal, porque você pode pegar seus CDs e botar nele. A crítica, no caso, é um toque pelo consumismo." Em "Ídolo", ele fala da aproximação entre um fã e seu ídolo. Supla garante não ter ídolos, só pessoas que admira. Tanto na música, quanto na política. E mesmo que tente ao máximo não se envolver em política, Supla admite que isso sempre fez parte de sua vida. É filho de políticos, Marta e Eduardo Suplicy e desde criança via sua casa se tornar uma espécie de comitê do partido. Supla. Saraiva Mega Store MorumbiShopping. Av. Roque Petroni Jr. 1.089, telefone (11) 5181-7574. Dom., 18 h. Grátis

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